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Brasil

Relatório do Imazon mostra pressão do desmatamento sobre terras indígenas

Reservas mais afetadas pela ocupação e pelo desmatamento ilegal estão no Pará

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desmatamento na amazônia
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Além do território Yanomami, outras reservas indígenas também têm sofrido com invasões. É o que aponta um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon.

É o caso do território Apyterewa que, só nos últimos 4 anos, perdeu uma área de floresta maior que a cidade de Fortaleza, 324 km². Em toda a Amazônia, foi a terra indígena mais desmatada nesse período, de acordo com o Imazon.

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"Fica localizada no município de São Félix do Xingu, no estado do Pará, que é um município com altos índices de desmatamento, e com grande presença de atividade pecuária", indica a pesquisadora do Imazon, Bianca Santos.

Cinco das dez terras indígenas mais pressionadas pelo desmatamento estão no Pará. Quatro delas, nas primeiras posições do ranking da destruição: 1 - Apyterewa (PA); 2- Cachoeira Seca do Iriri (PA); 3- Trincheira/Bacajá (PA); 4 - Ituna/Itatá (PA); 5 - Waimiri Atroari (AM/RR); 6 - Alto Rio Negro (AM); 7 - Karipuna (RO); 8 - Uaçá I e II  (AP); 9 - Alto Rio Guamá (PA); 10 - Araribóia (MA).

"Esses territórios ainda são os maiores responsáveis por represar o aumento da destruição na floresta. Por isso, a delimitação de novas unidades de conservação e a demarcação de terras indígenas é tão importante", acrescenta a pesquisadora.

Dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, mostram a diminuição da área em alerta para o desmatamento na Amazônia em janeiro deste ano (121 Km²), na comparação com o mesmo mês do ano passado (430 Km²). Mas, como o excesso de nuvens pode ter atrapalhado a medição por satélite, os pesquisadores afirmam que é preciso cautela na análise dos dados, o que não diminui a urgência no combate aos crimes ambientais.

Para o Conselho Indigenista Missionário, se medidas não forem tomadas, há o risco de ocorrerem outras crises humanitárias, como a do povo yanomami.

"Os não indígenas vão entrando, derrubando a floresta, plantando soja, colocando boi e, em alguns casos, como a gente tem visto, o garimpo ilegal entra desestruturando a comunidade, né? E aí, vem miséria, vem fome, e toda a sorte de violência, como a gente tem visto, inclusive, violência sexual", observa o advogado Rafael Modesto.
 

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