Nélida Piñon será enterrada no mausoléu da ABL, no Rio de Janeiro
Escritora morreu neste sábado (17.dez), em Lisboa; membros da academia farão solenidade em março de 2023

Milena Teixeira
A escritora Nélida Piñon será enterrada no mausoléu da Associação Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. A acadêmica morreu neste sábado (17.dez), aos 85 anos, em um hospital de Lisboa, em Portugal. A causa da morte ainda não foi divulgada.
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Membros da ABL farão uma Sessão de Saudade no dia 2 de março de 2023, no Salão Nobre da instituição. Nélida foi a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia entre os anos de 1996 e 1997.
Com dezenas de obras publicadas, ela foi uma das maiores representantes da literatura brasileira e venceu o Prémio Princesa das Astúrias da Espanha na categoria de Letras, concedido pela coroa espanhola.
Artistas e autoridades lamentaram a morte da romancista nas redes sociais. A futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, lamentou a morte da escritora. Em sua rede social na internet, disse que está "profundamente sentida com a partida de Nélida".
"O país perde uma de suas maiores escritoras. Tenho certeza que seu legado seguirá conosco, vivo em suas obras. Meu abraço aos amigos e familiares", escreveu a artista.
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A Academia Brasileira de Letras divulgou uma nota sobre o falecimento da escritora em seu site. "Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda", informa a nota.
A academia lembrou suas obras e destacou sua dimensão. "Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. Ganhou diversos prêmios, como o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020."
Leia a integra da nota da ABL:
Morre, aos 85 anos, a Acadêmica e escritora Nélida Piñon
A Acadêmica e escritora Nélida Piñon morreu no dia 17 de dezembro, aos 85 anos, em um hospital em Lisboa, Portugal. A causa da morte ainda não foi confirmada. O sepultamento será no mausoléu e a ABL fará uma Sessão da Saudade no dia 02 de março, no Salão Nobre, em homenagem à autora. Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Em 1996/1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário.
Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa, de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. No romance A república dos sonhos, baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. Ganhou diversos prêmios, como o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020.
A Acadêmica
Nélida Piñon é a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda, e foi recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário. Formou-se em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Colaborou em vários jornais e revistas literários e foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris, e editora assistente de Cadernos Brasileiros. Nélida publicou seu primeiro romance em 1961, "Guia mapa de Gabriel Arcanjo". O início dos anos 70 é marcado pelo lançamento, em 1972, de um de seus melhores e mais conhecidos romances, "A casa da paixão", que recebeu o Prêmio Mário de Andrade.
Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais. Entre os prêmios ganhos, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance "A república dos sonhos".
17/12/2022