Isaías Raw, ex-diretor do Instituto Butantan, morre aos 95 anos
Centro de pesquisa e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência lamentaram falecimento
Morreu nesta 4ª feira (14.dez), em São Paulo, o pesquisador científico e ex-diretor do Instituto Butantan Isaías Raw, aos 95 anos. O velório e sepultamento já foram realizados. A causa da morte não foi divulgada.
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Raw nasceu em 26 de março de 1927. Se formou em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1950, e era mestre e doutor em bioquímica e livre-docente pela mesma instituição de ensino desde 1957. Chegou a ser perseguido na ditadura militar e se exilou no exterior, período em que escreveu diferentes publicações, como o livro From Molecule to Medicine-anemia. Ingressou no Butantan em 1984 e atuou como diretor desde de 1991 a 1997.
"Foi um dos maiores cientistas do século no Brasil, figura essencial para o crescimento e avanço da pesquisa nacional e da configuração e importância do Butantan como o conhecemos hoje", disse o instituto em comunicado no qual lamenta o falecimento.
Raw fundou a Fundação Butantan e criou o Centro de Biotecnologia, o Museu de Microbiologia e o Museu Histórico no instituto. Foi professor catedrático e emérito da Faculdade de Medicina da USP; professor visitante da Universidade Hebraica de Jerusalém, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e do City College de Nova York; e o mais longevo sócio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), tendo ingressado em 8 de novembro de 1948 e permanecido até o falecimento.
A SBPC manifestou "profundo pesar pela morte" do pesquisador. Segundo o Butantan, ele "dedicou sua vida à pesquisa em bioquímica e à popularização do ensino de ciências para crianças e adolescentes". "Como cientista, isolou uma das enzimas do ciclo de oxidação de ácidos graxos e concentrou suas atividades em áreas como o estudo da mitocôndria, a ação de drogas na indução de citocromos e a investigação de enzimas do metabolismo do Trypanosoma cruzi".
Em 1995, foi reconhecido Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico. Já em 2001, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Isaías Raw deixa filhos, netos e, acrescenta o Butantan "incontáveis alunos e admiradores" no instituto e na comunidade científica do Brasil e internacional.
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