Brasil reduz, para 2023, meta de descarbonização dos combustíveis fósseis
Medida controversa acontece para não encarecer ainda mais gasolina e diesel, sob alta inflação
Para compensar emissões de gases de efeito estufa, as distribuidoras de combustíveis fósseis terão que comprar, no próximo ano, 37,47 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs) de empresas produtoras de biocombustíveis, como forma de incentivar a transição energética para fontes renováveis. Esse é o primeiro mercado de carbono do Brasil -- voluntário, ainda não é oficial, regulado pelo governo federal. Foi criado em 2017 e evoluía ao longo dos anos. Até agora. Pois o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleceu, para 2023, uma meta 10% abaixo das 42,35 milhões de toneladas que tinham sido previstas.
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A proposta, segundo o CNPE, resultou da consulta pública realizada entre outubro e novembro pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O compromisso menor sobre a quantidade de bios misturados aos fósseis seria consequência do receio da população e do setor, que evita encarecer ainda mais os combustíveis, um dos produtos de maior impacto na inflação.
Porém, para os próximos anos as metas devem ser maiores, promete o CNPE. Não foram alteradas as metas de 2024, de 50,81 milhões de Créditos de Descarbonização. O volume cresce a cada ano. Em 2031 deve ser de até 95,67 milhões. Foi adicionada a meta para 2032 em 99,22 milhões de toneladas.
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