SP: fisiculturista é morto durante abordagem da polícia militar
Imagens mostram agente com joelho sobre o pescoço da vítima, que morreu asfixiada
Lívia Raick
Quatro dias após a morte do irmão, o fisiculturista Reinaldo, Fábio ainda tenta entender o que aconteceu na noite do último sábado (29.out).
"Os médicos falaram que ele estava com a marca do taser no corpo, algumas marcas no pescoço. Ele estava com o pescoço muito roxo. A cauda da morte tinha sido asfixia", relato o empresário Fábio Henrique Vettilo, irmão da vítima.
Imagens gravadas com um celular mostram quando os policiais tentam conter Reinaldo Armando Vettilo Júnior, de 39 anos. Os policiais militares alegam que foram agredidos pelo fisiculturista, que estaria alterado, na área externa do condomínio.
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O circuito de segurança do prédio também registrou o momento em que um dos PMs dispara uma arma de choque. Reinaldo caminha mais alguns passos e cai. Logo depois, os PMs se abaixam para tentar conter o homem. Em um outro ângulo do vídeo, é possível ver que um dos policiais se ajoelha sobre a vítima, que tenta gritar. Outro PM está sobre uma das pernas do fisiculturista.
Os policiais foram chamados após Reinaldo se desentender com vizinhos que estavam em uma festa, no condomínio, que fica na Zona Sul de São Paulo. Antes, o fisiculturista havia brigado com a namorada.
"Tivemos uma briga dentro de casa. Ele me pôs para fora, e eu fui para vizinha. Depois, eu ouvi uma gritaria muito alta no hall. Eu fui até a janela da vizinha, e escutei a voz... era a dele", relata a namorada da vítima, Vitória Matias Cruz.
Imobilizado pelos policiais, o fisiculturista perdeu a consciência e foi levado para o hospital, mas não resistiu. "Um policial põe o joelho sobre o pescoço dele e sobre o abdômen dele, impedindo ele de respirar", acrescenta a namorada de Reinaldo.
O boletim de ocorrência informa que as câmeras corporais usadas pelos policiais envolvidos não foram entregues para análise.
"É muito importante essas imagens do colete, onde ele está conversando com o policial, não só as agressões, porque bateram muito nele, e ele estava rendido", conclui o irmão do fisiculturista.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso já é investigado pela Delegacia de Homicídios. As imagens dos circuitos internos do prédio estão sendo analisadas.
A Polícia Militar também informou que um inquérito foi instaurado, e que as imagens das câmeras dos uniformes dos 5 policiais envolvidos foram solicitadas. Ainda segundo a SSP, os agentes foram afastados de suas funções.
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