Censo 2022: apenas 8 estados tiveram mais da metade dos domicílios visitados
Devido às dificuldades encontradas este ano, coleta de dados foi prorrogada até dezembro
Nara Bandeira
A coleta de dados para o Censo 2022 termina em dezembro, mas os trabalhos ainda estão bem atrasados. Dentre os motivos, está a dificuldade dos recenseadores do IBGE para conseguir realizar as entrevistas.
Foi o caso de uma recenseadora do Pará, que por questões de segurança, prefere não ser identificada. Ela conta que estava no meio de uma entrevista, dentro de um condomínio, quando foi obrigada a sair.
"O porteiro começou a me gritar para eu descer: 'desça, desça, desça!'. A supervisora dos porteiros estava me visualizando pelo aplicativo que ela tinha tinha do prédio, no celular dela, e eu tive que descer", ela relata.
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No Pará, são mais de 2 milhões de domicílios em condomínios e, para facilitar o trabalho dos entrevistadores, o IBGE fez uma parceria com o Sindicato de Habitação e as administradoras.
"Fizeram uma divulgação muito importante, nós tivemos espaço nas palestras, junto a síndicos, administradores, para falar do Censo. Mediaram esse contato dos recenseadores com os condomínios", acrescenta o coordenador técnico estadual do Censo 2022, Luiz Cláudio Martins.
Por esse e outros imprevistos, o fim das coletas de dados, que deveria acontecer no dia 31 de outubro, já foi adiado para dezembro. Até agora, 44% dos 450 mil setores, as divisões territoriais feitas pelo IBGE, tiveram as entrevistas concluídas.
Apenas 8 estados estão com os trabalhos de pesquisa adiantados: Sergipe (62,2%), Rio Grande do Norte (57%), Piauí (60,3%), Pernambuco (54,5%), Maranhão (59,9%), Ceará (57,1%), Amazonas (59,4%) e Alagoas (56,7%). Já as regiões com os menores percentuais de domicílios entrevistados são Mato Grosso (25,3%) e Roraima (29%).
O Oswaldo, que é síndico, já fez a parte dele e colocou um aviso no elevador, concentrou as entrevistas em um único dia e ainda deu a opção de que elas aconteçam por telefone ou aplicativo de mensagem.
A iniciativa deu certo. "Agora, a gente está 100%, e todo mundo cumpriu com o seu dever cívico. A gente tem que ter esse compromisso como cidadão para poder ter uma leitura correta do nosso país", afirma o síndico Oswaldo Barbosa.
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