Com "safrinha" do milho, Brasil deve bater recorde de produção de grãos
Resultado positivo, porém, traz dificuldades para armazenamento dos produtos colhidos

Leandro Trindade
O Brasil deve bater novo recorde de produção de grãos este ano e, para isso, conta com a chamada "safrinha" do milho, um cultivo que não para de crescer. No Mato Grosso, maior produtor de milho do país, o resultado positivo também trouxe um problema: falta espaço para armazenar o produto.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
As colheitadeiras percorreram nesta semana as últimas áreas das lavouras. São 39,16 milhões de toneladas de milho segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O milho, que deve fechar o ano como o principal produto de muitas fazendas, nem sempre foi o centro das atenções. O cultivo, que ficou conhecido como safrinha, surgiu como uma opção de cobertura de solo entre uma safra e outra de soja, mas o aumento da demanda e as condições favoráveis do clima potencializaram o cultivo e os rendimentos de muitos produtores.
Parte da produção é usada na fabricação de ração animal, para manter, por exemplo, o rebanho de bovino do Brasil. Outra parte vira combustível, o etanol de milho.
O país deve colher este ano 114,7 milhões de toneladas de milho, 31,7% a mais em relação à safra passada. O milho ganha, portanto, protagonismo na safra de grãos deste ano, que deve alcançar recorde de 271,4 milhões, 6,2% maior, colocando o Brasil entre os três maiores produtores junto aos Estados Unidos e a China, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A produtividade alta, porém, também expõe gargalos de logística. Boa parte dos grãos colhidos nas lavouras de Mato Grosso estão estocados ao ar livre. Faltam armazéns, e exposição pode prejudicar a qualidade, o que força o produtor a uma comercialização, muitas vezes precipitada e de baixo valor.
Leia também: