Quase 4 mil crianças e adolescentes dormem ou trabalham nas ruas de SP
Assistentes sociais abordam esses jovens e oferecem abrigo
Gudryan Neufert
Quase quatro mil crianças e adolescentes dormem ou passam o dia trabalhando nas ruas da cidade de São Paulo. Muitos estão com as famílias, que vão morar em praças e avenidas depois que se esgotam todas as alternativas.
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Assistentes sociais abordam esses jovens e oferecem abrigo. É o primeiro passo de um trabalho difícil e paciente.
"Nós vamos trabalhar em cima da autonomia dessa família. O que eles precisam? Estar dando continuidade na história deles. Vamos conseguir cursos, escola, um trabalho, se Deus quiser", afirma Núbia de Castro, orientadora socioeducativa.
O número de crianças com menos de seis anos em situação de rua na maior cidade do país teve um aumento de quase 300% nos últimos 15 anos, de 289 para 1.151, segundo o censo realizado pela prefeitura.
Ao todo, são quase quatro mil crianças e adolescentes vivendo nas ruas de São Paulo, sendo que 10% desse total dormem ao relento, e 75%, de alguma forma, usam as ruas para sobreviver.
"Criança na rua, estando 1, 2, 5 ou 10 horas, ou até o dia todo e dormindo, significa uma série de violações. O nosso trabalho é de acolhimento, de fortalecimento das famílias", afirma Carlos Bezerra, secretário de assistência e desenvolvimento social.
Um ponto importante de se destacar é que essas crianças não podem ser encaminhadas para a adoção. "A pobreza, por si só, não é razão para destituição do poder família. O que é necessário é que o estado providencie para aquela família as condições necessárias para que aquela criança se desenvolva de modo adequado", explica Iberê Dias, juiz da Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos.
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