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Fiocruz aponta para alta exposição de metais pesados em Brumadinho

Impactos na condição de vida foram evidenciados após rompimento da barragem da Vale

Fiocruz aponta para alta exposição de metais pesados em Brumadinho
Barragem da mineradora Vale rompeu em 2019 deixando 270 mortos | Agência Senado
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Uma nova pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais aponta que a população de Brumadinho está vivendo em meio a alta exposição de metais pesados. Segundo a entidade, a concentração de metais como arsênio, manganês, cádmio, mercúrio e chumbo é elevada entre adultos, crianças e adolescentes, resultado do rompimento da barragem da mineradora Vale em janeiro de 2019.

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Os resultados mostram que, entre os adolescentes, alguns metais estão acima dos limites de referência, com destaque para arsênio total na urina e manganês e chumbo no sangue. Nos adultos foram encontradas elevadas proporções de níveis aumentados de arsênio total na urina e de manganês no sangue. Já entre as crianças de zero a seis anos, ao menos um dos cinco metais em avaliação foi identificado acima do valor de referência em 50% do público.

Outro aspecto avaliado foi a incidência de problemas respiratórios. Entre os adolescentes, quando perguntados se já haviam recebido diagnósticos médicos de doenças crônicas, as respostas mais frequentes foram asma ou bronquite asmática, mencionadas por 12,3%. Esse percentual é maior entre os moradores do Parque da Cachoeira (23%) e Córrego do Feijão (17%), regiões diretamente expostas ao rompimento da barragem de rejeitos.

Na população adulta, as doenças mais citadas foram hipertensão (30,1%), colesterol alto (23,1%) e problema crônico de coluna (21,1%), com pequenas variações entre as regiões. O diabetes foi prevalente em 9,8% da população adulta. Entre as crianças, 49% dos responsáveis observaram alterações na saúde dos filhos após o desastre. Os principais problemas apontados referem-se ao sistema respiratório e alterações na pele.

O relato de alergia respiratória em Parque da Cachoeira, localidade diretamente atingida pelo desastre, foi quatro vezes mais frequente do que os referidos em Aranha - região mais distante da área atingida. Segundo o estudo, nas localidades com maior exposição a poeiras da mineração (Parque da Cachoeira e Tejuco) os relatos de infecção da pele foram três vezes mais frequentes do que em Aranha.

"Os resultados mostram a necessidade de ter um olhar mais atento para as regiões com maiores percentuais dessas questões de saúde, que podem estar relacionadas às condições ambientais, como água e ar, e que precisam ser melhor investigadas. É importante o monitoramento da saúde dessa população porque há uma dinâmica. No início do trabalho o problema principal era a lama, depois, a poeira, mais para frente será outra questão", explica Minas Sérgio Peixoto, coordenador-geral da pesquisa.

+ Justiça britânica dá decisão favorável a vítimas de Mariana

No início de junho, a Polícia Civil de Minas Gerais identificou mais um corpo da tragédia. A vítima, Olímpio Gomes Pinto, de 57 anos, era funcionário terceirizado e prestava serviços de auxiliar de sondagem. No total, 270 pessoas morreram em decorrência do rompimento da barragem.

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