Imazon: 71% do desmatamento previsto para 2022 ainda pode ser evitado
Maior desafio será do Pará, estado com 6.288 km² de área sob risco
Camila Stucaluc
Caso medidas mais efetivas para combater o desmatamento na Amazônia sejam tomadas, será possível evitar 71% da devastação florestal prevista para este ano. De acordo com o Imazon, de agosto de 2021 a janeiro de 2022, 4.514 km² foram destruídos, o que corresponde a 29% do desmatamento previsto pela plataforma de inteligência artificial PrevisIA até julho deste ano. Com isso, outros 10.887 km² ainda podem ser salvos.
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O maior desafio será do Pará, estado com a maior área sob risco: 6.288 km², o que corresponde a 41% de todo o território ameaçado na Amazônia. Em seguida estão os estados do Amazonas (17%), Mato Grosso (15%), Rondônia (11%) e Acre (9%). No total, a plataforma aponta para 15.391 km² sob risco de devastação, uma área quase três vezes maior do que o Distrito Federal.
"Pará e Mato Grosso, que já possuem áreas consideradas antigas fronteiras do desmatamento, agora convivem com o avanço da destruição dos remanescentes de floresta, inclusive em áreas protegidas, o que é extremamente preocupante. Já Amazonas, Acre e Rondônia estão em uma região chamada de ?Amacro?, onde há uma intensificação da fronteira do agronegócio", explica o pesquisador Carlos Souza Jr.
Em relação às áreas protegidas da Amazônia, a PrevisIA mostra que 725 terras indígenas, unidades de conservação e quilombos estão sob risco de desmatamento, o que representa 90% do total, que é de 803 territórios. Destes, 24% das áreas estão sob risco alto ou muito alto de derrubada da floresta.
"Por isso, é importante que órgãos de controle também atuem na proteção da Amazônia, como os Ministérios Públicos dos estados e o da União. Porém, a liderança na prevenção do desmatamento da Amazônia e de outros biomas brasileiros tem que ser do governo federal. Os estados, por sua vez, têm um papel importante no controle da devastação, principalmente em casos de omissão do governo federal", analisa Souza Jr.
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