Caso Henry Borel: estratégia frustrada da defesa e embate com juíza
Horas antes do interrogatório, ex-vereador destituiu seis advogados e houve novo bate-boca no Júri
Depois de um atraso de mais de duas horas, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior está sendo ouvido nesta 2ª feira (13.jun) pela juíza Elizabeth Louro, do 2ª Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A sessão segue tensa e foi marcada por mais um embate entre defesa e magistrada responsável pelos trabalhos.
Pela manhã, após a juíza ordenar que os advogados de Jairinho só ficassem de pé quando estivessem com a palavra, os defensores se negaram a seguir a ordem. A discussão durou cerca de 30 minutos e a magistrada classificou como um ato de misógina a postura dos advogados em relação a ela.
O comentário foi motivado após manifestação da promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que chamou atenção sobre postagens nas redes sociais em que os advogados de Jairinho concordavam com o apelido de "Rainha de Copas", dado à juíza Elizabeth Louro, pelo procurador-geral nacional de prerrogativas da OAB, Alex Sarquis.
"Eu agradeço a solidariedade da doutora, mas essa infeliz expressão não me atingiu. Nós mulheres estamos acostumadas com misoginia, isso é claramente misógino, não merece nem um comentário. Achei deselegante, mas tão pobre que não vou nem me manifestar. É mais uma manifestação misógina a qual estou mais do que acostumada", afirmou a juíza Elizabeth Louro, do 2ª Tribunal do Júri.
Estratégia
O interrogatório ocorre em meio a uma estratégia frustrada da defesa do ex-vereador. Nesta madrugada Jairinho destituiu seis advogados habilitados para a defesa dele no processo. A acusação acredita que a medida tenha sido uma tentativa de adiar o interrogatório, para protelar ainda mais o julgamento.
Continuam na defesa os advogados Cláudio Dalledone e Flávia Fróes, os principais defensores, que na última sessão também bateram boca com a juíza em diversos momentos. A última audiência foi solicitada pela defesa ouviu peritos e contestou laudos. Mas, a reviravolta prometida, não aconteceu.
Na entrada do Fórum, durante boa parte do dia, parentes de crianças vítimas de violência protestam pela morte de Henry Borel. Leniel Borel, pai do menino, morto em março do ano passado, chegou cedo, mas acredita que Jairinho, o principal suspeito da morte do filho, mantenha-se em silêncio.