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Sobe para 25 o número de mortos em operação no Complexo da Penha

O Instituto Fogo Cruzado mostrou que em um ano foram 39 chacinas no Rio, totalizando 190 mortos

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Segundo a Polícia Militar, carros e motos usados por traficantes da comunidade
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Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, ainda vivem os rastros da destruição da operação que deixou 25 pessoas mortas, e outras seis feridas na comunidade em uma operação do Bope e da Polícia Rodoviária Federal na terça-feira (24.mai). 

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As 14 unidades escolares da secretaria municipal de Educação estão fechadas nesta quarta-feira (25.mai). O atendimento é feito apenas de forma remota. Já as unidades de saúde da secretaria municipal estão funcionando, mas atividades externas, como as visitas domiciliares, foram suspensas. 

Também nesta quarta (25.mai) será enterrado o corpo de Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, região central da cidade. Segundo a Polícia Militar, ela foi atingida dentro de casa, mas o corpo dela foi encontrado na rua. Moradores disseram que a mulher saía para trabalhar quando foi baleada.

De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, desde o dia 06 de maio, de 2021, quando ocorreu a chacina do Jacarezinho, 39 chacinas foram registradas. O total de mortos chega a 190. Todos em operações policiais.

Ainda, segundo o instituto, desde o início do governo Cláudio Castro (PL), incluindo o mandado interino, foram registradas 73 chacinas com 328 mortos. E os números podem aumentar já que ainda existe a possibilidade de novos corpos serem encontrados e de feridos não resistirem. 

Em 2022, até agora, 21 chacinas ocorreram na região metropolitana do Rio de Janeiro, deixando ao menos 98 mortos. Somente em operações policiais, foram 16 chacinas, que deixaram 82 mortos.

Um documento da Polícia Militar afirma que a operação foi em conjunto com a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE). Nele, a polícia identifica 10 dos mortos e 2 feridos. 

Como mortos a polícia identifica:

  1. Gabrielle Ferreira da Cunha, 41 anos, vítima de bala perdida dentro de casa
  2. Patrick Andrade da Silva, o "PT", segundo a Polícia Civil, ele tinha uma passagem por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico
  3. Geovane Ribeiro dos Anjos ("Pinguim Ou Do Gelo"), 27 anos, teve três passagens pela polícia por tráfico de drogas e associação criminosa
  4. Maycon Douglas Alves Ferreira da Silva ("Maiquim"), 29 anos, teve quatro passagens pela polícia
  5. Marcelo da Costa Vieira, 33 anos, acumulou três passagens pela polícia
  6. Sebastião Teixeira dos Santos, 40 anos
  7. Carlos Henrique Pacheco da Silva, 23 anos
  8. André Luiz Filho ("Sdq")
  9. Roque De Castro Pinto Junior, nascido no Amazonas
  10. Leonardo do Santos Mendonça, de 29.

Os feridos são: Edson Ferreira da Costa, de 41 anos e Kleber do Prado, de 23 anos. Edson está internado na Upa da SEAP, depois de ser transferido do Hospital Getúlio Vargas. Kleber continua internado no Hospital Getúlio Vargas em estado grave.

Os outros quatro feridos foram identificados como Ryan de Almeida Ramos, que está internado no Hospital Salgado Filho, no Méier. Ele está estável. Os outros feridos foram identificados como Luiz Adelino dos Santos Filho, de 42 anos; Karla Karoline da Silva, de 18 anos e Sergio Silva do Rosário, de 47 anos. Eles apresentam quadro clínico estável. Oito pessoas ainda não teriam sido identificadas.

O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou um Procedimento Investigatório Criminal para apurar as circunstâncias das mortes. A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada determinou que o comando do Bope envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais.

Quanto aos agentes federais envolvidos na ação, foi expedido ofício ao Ministério Público Federal (MPF) para ciência dos fatos e a adoção das medidas cabíveis. Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil que sejam enviadas informações sobre os inquéritos policiais instaurados para apurar os fatos.

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios, recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive comparando com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas.

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