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Pessoas presas por engano no RJ passam em média 1 ano e 2 meses na cadeia

Em média, 30% dos encarcerados que foram reconhecidos por fotografias são inocentes

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Pessoas presas injustamente no Rio de Janeiro, reconhecidas por meio de fotos, passam, em média, 1 ano e 2 meses na cadeira por crimes que não cometeram. Estudo realizado pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro aponta também que cerca de 30% dos encarcerados, reconhecidos por fotografias, são inocentes.

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Cláudio Júnior Rodrigues é motoboy e já foi preso duas vezes por engano, pelo crime de assalto. As vítimas tiveram dúvidas sobre o suspeito, identificado por meio de uma foto. "As vítimas sempre relatavam que o autor do crime tinha características diferentes da minha, ou era maior que eu, ou era mais baixo", conta Cláudio. 

Também no Rio de Janeiro, Vando dos Santos, músico, ficou quase 3 anos preso por um latrocínio ocorrido quando ele se apresentava em um bar. O supervisor de cargas Alberto Meyrelles também estava trabalhando, mas foi apontado como assaltante. Em comum, ambos foram reconhecidos por fotos. 

No estudo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, foram analisados mais de 240 processos em que essa foi a única prova e descobriu que os réus foram absolvidos em 30% dos casos. 

 "Imagina um evento que foi traumático, que teve violência, uma grave ameaça com uma arma, uma coisa assim, que mal a pessoa pôde olhar pra cara da pessoa que tava cometendo o ato. Como é que ela vai lembrar? [...] Então, é importante que outras provas sejam juntadas nesse processo para que essa condenação seja mais segura", conta a defensora pública, Carolina Haber. 

Há 1 ano e meio, o Superior Tribunal de Justiça orientou os juízes a arquivar processos em que a única prova seja o reconhecimento fotográfico. Já nas delegacias de polícia, ainda não existe nenhuma regulamentação sobre a questão. Por isso, mesmo diante de tantos equívocos, muitos inocentes continuam sendo presos com base apenas em um retrato. 

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