Remédio para tratamento de Parkinson está em falta no SUS
Médicos afirmam que falta de qualquer um dos medicamentos já compromete todo quadro do paciente
SBT Brasil
Na roda de conversa, praticamente todos os pacientes com Parkinson relatam dificuldades para conseguir os remédios na rede pública da capital paulista, desde dezembro do ano passado. "Você vai ao posto, não tem. Consegue um ou outro", relata a aposentada Carmem Galluzzi.
Os medicamentos de uso contínuo são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, são sete remédios prescritos para o tratamento da doença. Mas, Eliane chegou a ficar um mês sem um dos que ela precisa. "Nós chegamos no posto e simplesmente eles dizem que não mandaram a medicação. Nós precisamos dessa medicação para ter o mínimo de qualidade de vida", conta a advogada Eliane Carreira.
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O tratamento do Parkinson é feito com exercícios e com o uso combinado de dois ou mais medicamentos. Segundo os médicos, a falta de um deles ou simplesmente da dose correta, já compromete os efeitos no organismo e pode causar o aumento ou retorno de sintomas como: rigidez e dores no corpo, dificuldade para engolir e tremores. O que compromete a qualidade de vida do paciente.
Foi o que aconteceu com seu João Carlos. Ele sempre manteve a doença controlada, mas com a falta dos remédios, passou a caminhar com a ajuda de um andador. "Antes, eu conseguia me locomover, e falar com mais facilidade. O processo está acelerando, sinto isso", desabafa o aposentado.
A doença de Parkinson afeta a produção de dopamina, neurotransmissor que, entre outras funções, atua no controle do sistema motor. Os remédios estimulam a produção de dopamina, equilibrando o funcionamento do cérebro. "Tudo é uma questão de política pública, não deixar faltar, porque isso vai prejudicar um número grande de pacientes que têm doença da Parkinson", explica o neurocirurgião Wanderley Cerqueira de Lima.
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