Família encontra tênis de jovem levado junto com ônibus em Petrópolis
Uma semana após tragédia, pai da vítima faz buscas com ajuda de voluntários: "Eu tenho esperança de encontrar ele vivo. Milagres existem"
Primeiro Impacto
Há uma semana, o Brasil assistia estarrecido o vídeo de diversas pessoas tentando se salvar de dois ônibus que eram engolidos pela força da água durante o temporal que atingiu Petrópolis, região Serrana do Rio de Janeiro, causando deslizamentos e enchentes. O estudante Gabriel da Rocha, de 17 anos, era uma dessas pessoas e permanece desaparecido.
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Desde então, seu pai, Leandro Rocha, sua madrasta e a irmã Camila buscam por ele incessantemente. Mesmo sem saber nadar, Gabriel aparece tentando ajudar outros passageiros, mas acaba levado pela correnteza. Nesta 2ªfeira (21.fev), o tênis usado pelo estudante no dia da tragédia foi encontrado pela família, que organizou um grupo de busca próprio, na expectativa de encontrá-lo ainda com vida. "Nós mexemos em uma barragem que tinha muita árvore, muito tronco de árvore, muito entulho e, conforme mexemos, desceu e foi o tênis dele.".
Segundo Leandro, a peça de roupa estava em uma barragem a menos de 300 metros do local onde os ônibus foram arrastados. Ele também faz um relato emocionado ao comentar sobre a busca pelo filho, que acontece desde a última 3ªfeira (15.fev), e conta com a ajuda de, ao menos, 50 voluntários.
"É muito difícil você procurar um filho seu e não achar. É uma dor.. Não tem como descrever o que eu estou sentindo. E todas as famílias também, que não é só o Gabriel. Isso foi criando um movimento tão grande, que é o Gabriel que estamos procurando e todas as vítimas que estão aí, perdidas.", se solidariza e faz um apelo, "quero agradecer a todos de coração, queria poder dar um abraço a todos que tem entes perdidos, mas eu queria pedir ao presidente Bolsonaro, encarecidamente, 'Bolsonaro, nos ajude, porque as pessoas que estão perdidas, elas tem que ter dignidade de ser achada e ter um velório e as famílias poderem enterrar seus entes queridos."
No que diz respeito a busca pelo filho, Leandro é categórico ao ser questionado se tem esperança de encontrá-lo com vida.
"Com certeza. Totalmente. Enquanto eu não encontrar ele, eu tenho esperança de encontrar ele vivo. Por que não? Milagres existem. Tem casos de pessoas que ficam mais de semanas e estão vivos. Por que ele não vai estar? E por que outras pessoas não estariam? Então nós temos que buscar incessantemente essas vítimas que estão todas aí."
Até a manhã desta 3ª feira (22.fev), o número de vítimas fatais é de 182. Segundo a prefeitura, a Polícia Civil já reconheceu 168 dos corpos e 152 foram encaminhados para funerárias, enquanto os demais aguardam os familiares para a liberação. Ao menos 104 pessoas continuam desaparecidas.
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