Forças de segurança de Minas Gerais decretam greve no estado
Categorias que reivindicam reposição salarial iniciam ação de protesto; também questionam governador
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Após um protesto que reuniu milhares de policiais, bombeiros e agentes socioeducativos, as forças de segurança de Minas Gerais decidiram entrar em greve. A partir desta 2ª feira (21.fev), as categorias vão seguir os trabalhos apenas para serviços de urgência, como forma de reivindicar a reposição salarial. Com o aumento da inflação, a estimativa de representantes é que os salários estejam em déficit de 37%. Há, também, cobrança para que o governo retome negociações para adequar os reajustes.
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O investigador de polícia Wemerson Oliveira defende que os atuais salários são incompatíveis com as realidades de policiais e questiona a falta de investimento na carreira. "Não é um aumento, é uma recomposição. Temos uma perda inflacionária desde 2015. De 2015 a 2021, tivemos uma perda de 50,75%. Em 2019, fizemos uma negociação com o governador e ele enviou um projeto para a Assembleia Legislativa de recomposição em três parcelas. Pagou a primeira, de 13%, e vetou as outras duas", explica o policial que preside a Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) do Sudeste e assessora o Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol) em Minas Gerais.
Oliveira também diz que as forças de segurança querem que o governador Romeu Zema (Novo) deixe de lado o regime de recuperação fiscal do estado. Apesar de ter anunciado que não haverá interferência nas carreiras, a expectativa é de que seja o oposto: "Esse projeto vai congelar os salários das promoções de servidores para os próximos anos, sem contar que vai prejudicar o investimento do serviço público do estado, diz que não vai afetar, mas vai.".
A decisão de greve contempla servidores da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e da Polícia Penal, e foi tomada em protesto que reuniu, segundo os organizadores, 30 mil membros das forças na Praça Estação, em Belo Horizonte. De acordo com os organizadores, o governo estadual ainda não deu qualquer posicionamento e tem se recusado encontrar com os servidores para negociar melhorias para as carreiras.
Em nota encaminhada à reportagem, o governo de Minas Gerais disse reconhecer a necessidade de reposição salarial dos servidores das Forças de Segurança e de outras categorias do funcionalismo, e que se mantém aberto ao diálogo para garantir os recursos necessários, "com responsabilidade e previsibilidade fiscal".
A pasta também disse que a conduta foi o que permitiu a regulação de pagamentos dos servidores estaduais, e citou o reajuste de 13% dado às forças em 2020. O governo ainda defendeu a recuperação fiscal, e disse que a medida vai permitir a recomposição de salários dos profissionais. "Continuamos em busca de outras alternativas para conseguir fazer a reposição das perdas inflacionárias.".
Sobre a greve, o governo disse "confiar" que os integrantes das polícias e Corpo de Bombeiros "não deixarão os mineiros sem a prestação de serviços essenciais para a garantia da ordem e segurança". Detalhes sobre como o processo irá ocorrer ainda estão em negociação entre os sindicatos.