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Três anos após tragédia em Brumadinho, 31 barragens apontam riscos

Levantamento do MPMG mostra que maioria precisa de medidas emergenciais

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Após três anos do rompimento da barragem de Brumadinho, que matou 270 pessoas, o estado de Minas Gerais tem 31 estruturas de mineração em situação de emergência. O levantamento, feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), mostra ainda que 18 delas precisam de medidas emergenciais. Todas são operadas pela Vale. 

Os riscos de rompimento aumentaram após as fortes chuvas que atingem o estado desde o fim do ano passado. Ao todo, Minas Gerais tem, nesta 3ª feira (25.jan), 406 municípios em situação de emergência, 25 mortes causadas pelas tempestades e alagamentos, 7.765 desabrigados e 48.621 desalojados, segundo a Defesa Civil do estado. 

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Na última 4ª feira (19.jan), o governo de Minas, representado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), e o MPMG notificaram a empresa Vale para intervenção e ação preventina nas 18 barragens. Segundo a Feam, a companhia tem até o próximo dia 29 para "apresentar relatório técnico fotográfico, acompanhado de anotação de responsabilidade técnica (ART), informando quais medidas executadas pela empresa ou o respectivo cronograma detalhado para tomar as seguintes ações: mitigar e corrigir os processos erosivos instalados no entorno das estruturas; fazer a manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem interna, superficial e do extravasor; reduzir a contribuição pluvial da bacia de drenagem para o reservatório da barragem e garantir a manutenção de rotina da estrutura, realizando inclusive o controle de vegetação", destaca a Feam.

Confira a lista de todas as 18 barragens notificadas: 

barragens em risco em  minas gerais
Barragens notificadas que precisam de medidas emergenciais | Divulgação/Feam

Em 8 de janeiro, um dique da mina Pau Branco, em Nova Lima, Minas Gerais, de responsabilidade da mineradora Vallourec, transbordou e alagou a rodovia BR-040. A estrada ficou interditada por dois dias e a mineradora recebeu uma multa de R$ 288 milhões do governo de Minas Gerais. Confira na matéria abaixo: 

Por causa das chuvas, as operações e atividades em minas foram suspensas em todo o estado. Em 10 de janeiro, Vallourec, Vale, Usiminas e CSN anunciaram a suspensão das operações por questões de segurança. 

Três anos da tragédia em Brumadinho

O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, que levou 270 vidas, ainda tem seis vítimas desaparecidas. A última vítima encontrada foi em 29 de dezembro, Lecilda de Oliveira, com 49 anos na época, analista de operação da Vale. 

Entre os outros desaparecidos, estão:

  • Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos na época, e mecânico industrial da Vale;
  • Luís Felipe Alves, de 30 anos na época, e engenheiro de produção da Vale;
  • Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos na época, e estagiária da Vale;
  • Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos na época, e turista em uma pousada da região;
  • Olímpio Gomes Pinto, de 56 anos na época, auxiliar de sondagem de empresa terceirizada que atuava na Vale;
  • Cristiane Antunes Campos, de 34 anos na época, e supervisora de mina da Vale

Hoje (25.jan), às 11h, ocorre na entrada da cidade de Brumadinho um ato em memória das pessoas que morreram com o rompimento da barragem. A Associação dos Famiales de Vítimas e Atingidos (Avabrum) tem receio de que ninguém seja responsabilizado pelo incidente.

A tramitação do processo criminal da tragédia em Brumadinho, que julga 16 acusados do rompimento da barragem por homicídio doloso e diferentes crimes ambientais, pode voltar à estaca zero. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou que a Justiça estadual não tem competência para analisar o cargo e o processo pode chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se a decisão for mantida, todos os atos processuais feitos nos últimos três anos vão ser anulados. 

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