Consumo de álcool é representado por mais de 50% da população adulta
Instituto Brasileiro do Fígado aponta que consumidores não tendem a desenvolver cirrose e câncer de fígado apenas pelo consumo abusivo; fatores genéticos influenciam mais

SBT News
Encomendada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que o consumo de bebida alcoólica é representado por 55% da população brasileira acima de 18 anos de idade, sendo que em média 33% desse público fazem consumo semanalmente.
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Do resultado total apresentado na pesquisa, mais de 40% consome mais de três doses diariamente e 11% ultrapassam as nove, correspondentes a 14 g de álcool puro, o que representa 45 ml de destilado ou 150 ml de vinho ou cerveja. Ainda de acordo com o estudo, consumo diário ou por ocasião é representado por 42% do público feminino, esse acima do total masculino (32%) e nacional (37%), ficando atrás apenas da terceira idade (52%).
Conforme mostrado pelo Datafolha, os homens (44%) são os que mais bebem três ou mais doses, sendo ainda maior (49%) entre o público masculino de classes A e B. Grande parte dos entrevistados reconhecem que o consumo frequente do álcool tende a liderar as causas de câncer de fígado e cirrose, porém, mais de 50% afirma não passar por exames periódicos para avaliação dos efeitos da bebida no organismo.
Para o presidente do Instituto Brasileiro do Fígado, Paulo Bittencourt, tendo em vista que a sensibilidade ao álcool é algo pessoal, não há como estipular um limite de segurança para o consumidor. Apesar disso, é recomendado que pessoas com algum tipo de doença ou gordura no fígado não façam o consumo. "A recomendação é pelo consumo moderado e consciente. Para quem passou ocasionalmente do limite, é importante beber bastante líquido e se alimentar de forma adequada. O uso de analgésicos pode potencializar os efeitos hepatotóxicos junto ao álcool", comentou Bittencourt.
De acordo com o instituto, grande parte das pessoas que consomem bebida alcoólica não necessariamente desenvolverá uma cirrose ou câncer de fígado. Para esse diagnóstico, além do uso abusivo, seria necessário também fatores genéticos e ambientais, como é o caso da doença hepática subjacente, obesidade e diabetes.