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Brasil

Caso João Alberto: um ano depois, três acusados estão presos

Seis pessoas são acusadas pelo crime e serão julgadas em 15.dez; Carrefour elenca mudanças, mas especialista diz ser pouco

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João Alberto é morto por seguranças
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A Justiça marcou para 15 de dezembro o interrogatório dos seis réus pela morte de João Alberto Freitas, dentro de uma loja do Carrefour em Porto Alegre. O crime completou um ano nesta 6ª feira (19.nov).

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Dois ex-seguranças, uma ex-fiscal de caixa e outros três funcionários são acusados por homicídio triplamente qualificado. Só os seguranças estão presos.

"Jamais pensaria que a violência viesse agir de tal forma partindo de um estabelecimento comercial tão grande, tão famoso", relembra João Batista Rodrigues Freitas, pai de João Alberto.

Para a filha de João Alberto, as imagens de um ano atrás são difíceis de esquecer. "É o que dói realmente bem lá no fundo assim... É de estar vendo ele ali igual a um bicho atirado no chão e estarem fazendo aquilo com ele", afirma Thais Freitas. "Nada, nenhum valor vai justificar o que fizeram com ele ali (....) Simplesmente fomos ao supermerrcado para comprar, e deu toda aquela tragédia", acrescenta a viúva, Milena Borges.

Mudanças

Pressionado por entidades de combate ao racismo e órgãos de justiça, o Carrefour assinou um termo de ajustamento de conduta e anunciou investimentos de R$ 115 milhões em projetos antiracismo nos próximos três anos. A rede também criou um fundo antirracista de R$ 29 milhões e fez um acordo milionário com familiares da vítima.

Os seguranças que atuam dentro das unidades não são mais terceirizados e receberam treinamento de combate ao racismo. A empresa também passou a priorizar contratação de pessoas negras. Além disso, os uniformes passaram a conar com microcâmeras para registrar a movimentação. A tecnologia foi implantada nas lojas do Carrefour em Porto Alegre e será adotada em todo o país.

"A lição muito bem aprendida. Infelizmente, essa tragédia fez com que a gente visitasse alguns processos, alguns protocolos que não dávamos atenção, mas que damos agora", disse Claudionor Alves, diretor de Segurança Corporativa e Gestão de Perdas e Riscos.

O cientista social, Paulo César Ramos, pesquisador da violência contra a população negra, diz que o caso João Alberto Freitas gerou debate, mas poucas mudanças concretas: "A gente vai ter que encarar propostas que num primeiro momento são tidas como absurdas, por exemplo, as cotas nas universidades. Todo mundo achava isso um absurdo, hoje elas estão aí mudando a vida positivamente de muitos jovens negros e negras".

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