Uber exclui motoristas por cancelamento de corridas
Associação afirma que preço dos combustíveis é um dos motivos da "escolha" de corridas
Após denúncia da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) sobre a exclusão de 15 mil condutores pelo alto índice de cancelamentos, a Uber informou que o número de motoristas retirados da plataforma é de aproximadamente 1.600.
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Segundo a empresa, esses profissionais "apresentaram - de maneira recorrente - comportamentos que prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma. Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar".
Segundo a AMASP, são dois motivos para o aumento dos cancelamentos por parte dos motoristas: o aumento do preço dos combustíveis no país e o congelamento nas tarifas pagas pelas empresas de transporte por aplicativo.
"Estamos escolhendo corridas para obter lucro. O combustível subiu 51% somento no ano de 2021 e as tarifas estão congeladas desde 2015. Não podemos nos dar ao luxo de realizar todas corridas que aparecem, por iremos pagar para o passageiro chegar ao seu destino, e não podemos ser punidos por isto", diz trecho da nota ofical da associação.
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Confira a nota da Uber
"A Uber não excluiu mais de 15 mil motoristas de sua plataforma, como afirma a associação ouvida pela reportagem. Dos cerca de 1 milhão de motoristas e entregadores parceiros cadastrados na Uber, 0,16% do total apresentaram - de maneira recorrente - comportamentos que prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma. Com isso, atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar.
Motoristas parceiros são profissionais independentes e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário. Cancelamentos excessivos ou para fins de fraude, porém, representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas. A Uber tem equipes e tecnologias próprias que revisam constantemente as viagens e os cancelamentos para identificar suspeitas de violação ao Código da Comunidade e, caso sejam comprovadas, banir as contas envolvidas.
Comportamentos como a prática de cancelar diversas viagens em sequência logo após terem sido aceitas prejudicam negativamente todos que usam a plataforma porque, de um lado, impedem que outros motoristas parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens canceladas, e, por outro, deixam os usuários esperando mais tempo ou até desistindo da solicitação.
O abuso no cancelamento de viagens não tem nada a ver com a liberdade do motorista parceiro de recusar solicitações. Na Uber, o motorista é totalmente livre para decidir quais solicitações de viagem aceitar e quais recusar. A conexão entre parceiro e usuário - quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho - só ocorre depois do motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino etc.) e decidido aceitar a realização da viagem"
Confira nota da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (AMASP)
Após a nossa matéria sair ao ar pelo G1 alegando 15 mil trabalhadores excluídos por alto índice de cancelamento segundo a Uber, a empresa reanalisou os números de excluídos e informou em nota oficial 1,600 mil motoristas a Nível Brasil.Ainda sim é um número absurdo! São 1,600 novos desempregados no Brasil, pais de famílias com dívidas a pagar com investimentos feitos para trabalhar pela empresa.
Continuaremos a nossa luta para retornar estes motoristas ao trabalho na qual foram arrancadosdo seu trabalho sem aviso prévio por ações que segundo o artigo 4 dos termos de uso da plataforma dão total direito aos motoristas e passageiros a cancelarem corridas, sendo injusta com estes trabalhadores. A nossa luta é para preservar o nosso trabalho, combatendo regulamentações, empresas, etc.
Estamos escolhendo corridas para obter lucro. O combustível subiu 51% somente no ano de 2021 e tarifas [estão] congeladas desde 2015.
Não podemos nos dar ao luxo de realizar todas as corridas que aparecem, pois iremos pagar para o passageiro chegar ao seu destino e não podemos ser punidos por isto. Plataformas que reajustem as tarifas de maneira justa e honesta com aqueles que fizeram as empresas chegar a nível milionário, enquanto nós pagamos para trabalhar.
