Desmatamento e aquecimento global contribuem para crise hídrica
Brasil registra pior seca em 91 anos no nordeste, sul e sudeste
Nara Bandeira
Pesquisasdores relacionam a derrubada da floresta amazônica com a seca que atinge os reservatórios de hidrelétricas do país. O desmatamento para a plantação e criação de gado é apontado como uma das causas da redução de chuvas em boa parte do Brasil.
A umidade dos oceanos chegam à Amazônia e se transforma em chuva. A água é absorvida pelas raízes das árvores, que transpiram e dolvem a umidade ao ar. O ciclo vai se repetindo, levado pelo vento a outras partes do país.
Segundo o pesquisador e doutor em física atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), "a área para evaporar água para a atmosfera é muitas vezes maior, é sete vezes maior numa floresta do que, por exemplo, numa plantação de soja ou numa área de pastagem. Isso faz com que a hora que você derruba a floresta, você diminui o vapor de água que essa floresta está exportando".
O aquecimento global e o resfriamento do oceano pacífico, fenômeno conhecido como La Niña também contribuem para a estiagem. O Brasil registra a pior seca em 91 anos, para o período de junho a setembro, no nordeste, sul e sudeste. Os reservatórios das hidrelétricas estão com nível baixo. Por isso, as usinas termelétricas precisam ser acionadas e a energia ficou mais cara.
O pesquisador da USP defende investimentos em outras formas de geração, como a energia solar e eólica, e faz um alerta: "É possível que a gente tenha que enfrentar racionamento de energia elétrica particularmente no segundo semestre desse ano". Ainda de acordo com ele, "e este racionamento de energia elétrica não preciso dizer pra você que vai ter impactos econômicos muito ruins pro nosso país".
Veja reportagem do SBT Brasil: