Garimpo ilegal atinge terras indígenas da Amazônia
Segundo pesquisa da Rede MapBiomas, a área ocupada pela mineração aumentou mais de 500% entre 1985 e 2020
A área ocupada pela mineração no Brasil aumentou 564% entre os anos de 1985 e 2020. A região da Amazônia concentra a maior parte dos garimpos, que atualmente ocupam 107,8 mil hectares e já atingem unidades de conservação e terras indígenas. A área supera a ocupada pela mineração industrial, com 98,3 mil hectares.
Segundo a Rede MapBiomas, entidade que esteve à frente do estudo, exigências como pagamento de impostos e redução dos danos ambientais são cobrados apenas da mineração industrial e, portanto, não desestimulam a prática ilícita dos garimpos. Ainda, de acordo com os pesquisadores, não há um monitoramento de como e quando ocorre a mineração ilegal.
Em áreas onde o garimpo é proibido, houve um aumento de 300% da atividade nas unidades de conservação e de 495% nas terras indígenas. Por meio de uma carta, a etnia Munduruku, que habita o sudoeste do Pará, pediu a retirada dos garimpeiros.
Numa estratégia de frear o garimpo, o Governo Federal prorrogou até a primeira quinzena de outubro a operação de combate a crimes ambientais nas zonas protegidas.