Witzel se diz vítima de golpe e compara Tribunal ao Estado Islâmico
Ex-juiz teve o impeachment do cargo de governador do Rio aprovado nesta 6ª feira (30.abr)
O governador cassado do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) usou palavras duras para comentar o processo que levou a seu impeachment do cargo, nesta 6ª feira (30.abr). O ex-juiz chamou o julgamento de "golpe" e chegou até a mencionar o grupo terrorista Estado Islâmico.
"É revoltante o resultado do processo de impeachment! A norma processual e a técnica nunca estiveram presentes. Não fui submetido a um Tribunal de um Estado de Direito, mas sim a um Tribunal Inquisitório. Com direito a um carrasco nos moldes do Estado Islâmico que não mostrou o rosto", escreveu em uma rede social.
Apesar de não citar nomes, é possível inferir que Witzel refere-se ao ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que, nas palavras do agora ex-governador, seria "o delator que escondia 10 milhões no colchão" e "virou herói no Tribunal e única prova para o golpe". "Todo Tribunal Inquisitório é unânime. Hoje não sou eu que sou cassado, é o Estado Democrático de Direito", acrescentou.
O impeachment de Witzel foi aprovado nesta 6ª pelo Tribunal Especial Misto por unanimidade. O ex-juiz é o primeiro governador do Rio a ter o mandato impedido.
Eleito em 2018, ele foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em agosto de 2020 por 120 dias. Em fevereiro deste ano, tornou-se réu em um processo por corrupção e lavagem de dinheiro e foi mantido afastado do Palácio Guanabara -- sede do governo Executivo do Rio -- por mais um ano.
Ao longo do julgamento no Tribunal Misto Especial, Witzel fez outros comentários nas redes sociais. entre outras coisas, disse que o vto do relator foi "irresponsável (...) num julgamento rancoroso e político de oposição da pior espécie, sem respaldo na realidade".