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Saraiva: notícia-crime contra Salles começou a ser preparada no sábado

Ex-superintendente da PF no Amazonas foi substituído nesta 5ª, um dia após a denúncia

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Ministro Ricardo Salles
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O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, divulgou no início da noite desta 5ª feira (15.abr) dados da memória do computador que ele usava na sede da corporação em Manaus. Pelas informações gravadas na máquina, Saraiva começou a preparar a notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ainda na noite do último sábado (10.abr).

O documento, que tem 38 páginas, foi protocolado na 4ª feira (14.abr), no STF, e pede que o Supremo autorize investigações contra Ricardo Salles e contra o senador Telmário Motta, do PROS (RR). O delegado sustenta que o ministro e o parlamentar tentaram interferir de forma indevida para barrar operação da PF que apreendeu mais de 200.000 m³ de madeira em toras extraídas ilegalmente por organizações criminosas na região Norte do país. 

Na notícia-crime, Alexandre Saraiva sustenta que há fortes indícios de agentes públicos terem patrocinado de forma direta ou indireta ações para privilegiar interesses privados. O delegado sugere ainda que esses agentes podem integrar organização criminosa orquestrada por madeireiros alvos da Operação Handroanthu.

A Polícia Federal comunicou, no fim da tarde desta 5ª, mudança na Superintendência da PF no Amazonas e em mais quatros estados: SC, RR, SP E BA. Na nota, a PF afirmou que Alexandre Saraiva foi informado da substituição na tarde de 4ª. Mas, nesta 5ª, antes do comunicado oficial, o chefe da PF garantiu que ninguém confirmou a ele qualquer alteração. "Existem duas formas de me comunicar. Uma é o meu superior hierárquico pegar o telefone e, 'ó, é assim'. Dois, Diário Oficial e nada disso aconteceu", ressaltou Saraiva ao SBT News, minutos antes de a Polícia Federal divulgar as mudanças. 

A reportagem tentou conversar com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que não respondeu. O Ibama pediu cópia dos laudos da Polícia Federal e diz que segue apurando irregularidades na região onde aconteceu a operação da PF. Já o senador Telmário Mota afirmou que a notícia-crime não tem fundamento. O parlamentar chamou o delegado de covarde e sustentou que Saraiva agiu de forma autoritária e não quis debater com os Ministérios do Meio Ambiente e da Justiça um protocolo para regulamentar o setor madeireiro.

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