SP: zoológico recebe 21 sapos vindos dos EUA vítimas de contrabando
Espécie é venenosa, possui cores fortes e poderá ser visitada em local fechado após quebra de restrição da quarentena

SBT Jornalismo
A Fundação Parque Zoológico de São Paulo recebeu 21 sapos da espécie Adelphobates galactonotus, conhecidos como "Sapos ponta-de-flecha" na última quarta-feira (16). Eles provêm de uma operação internacional contra o tráfico de animais. A repatriação desses anfíbios da Amazônia brasileira ocorreu em parceria com diversos órgãos do Brasil e dos Estados Unidos.
Eles foram interceptados no aeroporto de Miami em 2018 e levados pelos agentes do FWS (Fish and Wildlife Service) ao parque temático norte-americano Animal Kingdom/Disney, para receberem os cuidados necessários durante as investigações e processos legais da ação. Por mais de dois anos, foram assistidos pela instituição internacional.
Agora, retornam ao país de origem onde serão cuidados pela equipe técnica da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. A instituição, ligada à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado (SIMA), tem experiência na manutenção e reprodução de anfíbios que integram programas de conservação pioneiros no mundo.
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Eles permanecerão em quarentena por 30 a 60 dias para acompanhamento de saúde e de adaptação, acomodados em recintos que atendam às necessidades ambientais da espécie, tais como temperatura, umidade, substrato, abrigo e vegetação, além de dieta balanceada à base de insetos, como moscas-da-fruta e grilos, com suplementação vitamínica.
Após esse período, serão incorporados à população da espécie já presente no Zoológico de São Paulo, mas de cor diferente, e transferidos ao espaço educativo "O Pulo do Sapo". Os novos moradores poderão ser visitados pelo público assim que as questões referentes à pandemia permitirem a visitação com segurança em locais fechados.
A espécie
Geralmente, os anfíbios apresentam cores discretas que permitem a camuflagem no ambiente em que vivem. Mas, esse não é o caso dos pequenos venenosos que possuem colorações fortes e chamativas que funcionam como um sinal de advertência aos predadores de que não são apetitosos e que podem causar danos devido à toxicidade presente na pele.
O nome "ponta-de-flecha" se dá pelo fato de que os povos indígenas utilizam o veneno dos sapos em pontas de lanças e flechas para terem mais sucesso em suas caçadas de subsistência.