Um mês de muitos bilhões e pouco auxílio
Dimensão da tragédia toma forma à medida que as perdas no Rio Grande do Sul são atualizadas
Três bilhões de reais. Esse é o número estimado pelas perdas no setor agropecuário do Rio Grande do Sul. E não para por aí, as perdas bilionárias estão sendo atualizadas à medida que se conhece a dimensão da tragédia.
As medidas foram anunciadas pelo governo federal, mas, segundo os produtores, são ínfimas e não são suficientes para impedir que o produtor rural gaúcho literalmente quebre o negócio.
Isso porque eles já tinham enfrentado duas estiagens, com prejuízos e dívidas negociadas. Agora o “caldo entornou” mesmo porque tem produtor que perdeu tudo!
A Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul) em parceria com produtoras rurais do movimento SOS Rio Grande do Sul, apresentou uma pesquisa que revelou que 96% dos produtores entrevistados disseram que precisam de crédito para a retomada de todas as suas atividades, e mais de 60% foram totalmente impactados pela tragédia.
Agricultores e criadores que perderam tudo, plantação e animais.
Financiamento aos produtores
O governo federal já havia confirmado descontos de 30% nas linhas de créditos de investimentos para agricultores familiares, através do Pronaf, e de 25% para os médios produtores, pelo Pronamp.
Em visita ao RS, o ministro Carlos Fávaro anunciou o fundo garantidor de crédito, que também, segundo os produtores, é muito pouco e não dá fôlego para o produtor se reerguer.
A Farsul entregou ao governo federal um pedido excepcional que inclui uma nova linha de crédito, com carência em até 15 anos, para conseguirem pagar as contas e deixar novamente a casa em ordem. Mas, até agora, não foi atendido.
Também foram prorrogados os prazos dos financiamentos que vencem em agosto. Tudo muito sutil, por parte do governo federal, comparado ao desastre com a produção rural gaúcha.
Infraestrutura precária
Além disso, faltam estradas para conseguir escoar o pouco da produção que conseguiram colher, tem gente que até agora não conseguiu chegar na lavoura.
A Secretaria Estadual da Agricultura está disponibilizando R$ 40 milhões em horas-máquina para os 78 municípios em situação de calamidade.
Cada um receberá R$ 500 mil para a utilização de equipamentos como caminhões, escavadeiras, motoniveladoras e rolo compactador, conforme a necessidade.
O Senar entidade de capacitação profissional no campo, anunciou que investirá R$ 100 milhões para ajudar com limpeza de propriedades, recuperação de solo e de lavouras nessa nova arrancada.