Troca de tiros entre amigos PMs no Rio: o que se sabe e o que falta esclarecer
Sargento Eduardo Filipe Santiago Ferreira foi morto pelo também policial William Amaral da Conceição após briga dentro de carro
Emanuelle Menezes
com SBT Rio
O corpo do sargento Eduardo Filipe Santiago Ferreira, morto na madrugada de domingo (19) pelo amigo, o também policial militar William Amaral da Conceição, é velado na manhã desta segunda-feira (20) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
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Apesar das câmeras de segurança que registraram a cena, inclusive com áudio, o caso ainda é cercado de mistérios. O SBT News lista, abaixo, o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o tiroteio entre os PMs.
O que se sabe e o que falta esclarecer
1. Tiroteio na Vila Valqueire
Os sargentos Eduardo Filipe Santiago Ferreira e William Amaral da Conceição estavam de folga, em um Fiat Idea, quando começaram a discutir e desceram do veículo, na Rua Jambeiro, na Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio. Santiago desce primeiro, tentando fugir do amigo.
"Amaral! Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, pô. Santiago, mano!", diz a vítima saindo do carro.
O colega também desce do veículo, já com a arma em punho, e chega a cair no chão. Ele diz: "Vai tomar no c*! Eu vou te matar!".
A vítima ainda suplica: "Amaral, é o Santiago! Sou eu, Santiago". Amaral começa a disparar, Santiago tira uma arma da cintura e revida.
O tiroteio só termina quando Santiago cai no chão, ao lado da porta do carona.

2. Policiais encontraram atirador na calçada
Segundo a Polícia Militar, o atirador foi encontrado por agentes sentado na calçada, próximo ao veículo, segurando a arma usada no crime. A morte de Eduardo Santiago foi constatada ainda no local.
Amaral foi preso em flagrante. Ele estava ferido com um disparo no tórax e foi internado sob custódia no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. O sargento foi transferido para o Hospital Central da PM, no Estácio, e depois da alta e foi levado para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
3. Discussão "sobre mulher"
Segundo informações apuradas pelo SBT Rio, Amaral contou aos policiais militares, antes da chegada da Polícia Civil, que os dois estavam bebendo desde cedo e que, na volta para casa, discutiram "sobre mulher".
Até o momento, no entanto, não há confirmações oficiais sobre o que teria motivado o crime.
4. PMs eram compadres
Os dois policiais se conheciam há anos. O atirador, William Amaral, era padrinho de casamento de Eduardo Santiago.
Imagens obtidas pela reportagem mostram os dois amigos dentro do carro, momentos antes do tiroteio, brincando entre eles. A vítima dirige, enquanto Amaral está com um copo de bebida na mão.

Eduardo Filipe Santiago Ferreira era lotado no 18º Batalhão de Polícia Militar, em Jacarepaguá. William Amaral da Conceição atuava no 40° BPM, de Campo Grande.
5. O que disseram PM e Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. Já a Polícia Militar, disse que o sargento Amaral responderá a um processo administrativo disciplinar que pode resultar na exclusão dele dos quadros da Secretaria de Estado de Polícia Militar.