Justiça decreta prisão de quarto suspeito por execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes
Decisão atinge Luiz Antonio Rodrigues de Miranda e Dahesly Oliveira Pires; investigações apontam ligação com o PCC e transporte das armas usadas no crime

Agência SBT
A Justiça de São Paulo (TJSP) decretou nesta quinta-feira (18) a prisão temporária de Luiz Antonio Rodrigues de Miranda e Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, acusados de participação na execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes.
A decisão foi assinada pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, da Comarca de Praia Grande, com a justificativa de identificar os envolvidos e evitar possíveis tentativas de fuga.
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Além da prisão, foi expedido mandado de busca e apreensão de celulares e outros eletrônicos. Uma denúncia anônima indicou que Dahesly teria armazenado as armas usadas no crime em uma residência em Americanópolis, na zona sul da capital. Ao notar a chegada da polícia, ela tentou se desfazer de um celular, mas acabou admitindo que esteve na cidade no dia da execução e recebeu um pagamento via Pix para transportar fuzis até Diadema, região metropolitana de São Paulo.
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O dinheiro foi enviado da conta de Vinicius Davi Vieira Rodrigues, de apenas dez anos, filho de Luiz Antonio. Segundo os investigadores, Dahesly reconheceu Luiz por fotografia como o homem responsável por retirar as armas do imóvel. Policiais tentaram localizá-lo em sua residência, mas vizinhos afirmaram que ele integra o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Assassinato em avenida
O ataque ocorreu no início da noite de segunda-feira (15), na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, em Praia Grande (SP). Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi alvo de uma emboscada quando saia da Prefeitura da cidade, onde atuava como secretário de Administração desde 2023.
Os criminosos ficaram de tocaia por cerca de 15 minutos e dispararam em direção ao veículo do ex-delegado logo após ele deixar o Paço Municipal. Fontes tentou fugir pelas ruas paralelas, mas assim que chegou na avenida, colidiu contra dois ônibus e o carro capotou.
Na sequência, três criminosos desceram encapuzados, com coletes à prova de balas e armados com fuzis. Dois deles se aproximaram do carro do ex-delegado e dispararam, enquanto o outro ficou na "cobertura" para impedir a aproximação de testemunhas.
Quem foi Ruy Ferraz Fontes

Delegado de carreira por mais de 40 anos, Ruy Ferraz Fontes marcou a história da Polícia Civil no combate ao PCC. Foi responsável por identificar e prender lideranças da facção, conduziu investigações sobre os ataques de 2006 e liderou a transferência de chefes do grupo para presídios de segurança máxima.
Entre 2019 e 2022, ocupou o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e, desde 2023, atuava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.