Esquema de extorsão digital causa prejuízo de R$ 30 mil a agente público no RS
Homem foi vítima do golpe dos nudes em redes sociais; crime partiu de dentro de penitenciária

Guilherme Rockett
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um esquema de extorsão sexual digital que causou prejuízo de cerca de R$ 30 mil a um agente público gaúcho. A ação é conduzida pelo Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos e revelou que o golpe foi articulado de dentro da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas.
Segundo a investigação, a vítima foi contatada por uma mulher que se apresentou como moradora da mesma região do estado. Sob o argumento de precisar de ajuda financeira para cursar Direito, ela pediu R$ 2 mil ao servidor. Depois, os pedidos se repetiram, com justificativas de despesas pessoais. No total, as transferências somaram cerca de R$ 30 mil em Pix.
Após o fim dos repasses, os criminosos passaram a enviar fotos de nudez e a fazer ameaças, alegando que uma das envolvidas seria menor de idade. O objetivo era forçar novos pagamentos. O delegado responsável explicou que a investigação identificou uma estrutura organizada. "O principal suspeito é um detento com histórico por crimes violentos, que utilizava celulares dentro do presídio para comandar o golpe, com o apoio da companheira em liberdade", afirmou.
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Dados de terceiros
As investigações apontam ainda que outro preso da mesma unidade prisional está envolvido. Os criminosos usavam dados de terceiros para registrar linhas telefônicas e contas bancárias, para tentar ocultar a autoria. "Foi identificado que um mesmo número chegou a ter centenas de linhas associadas, o que demonstra o nível de sofisticação do esquema", destacou o delegado.
A Justiça autorizou medidas cautelares, como o bloqueio de valores, busca e apreensão de eletrônicos e a prisão preventiva dos três suspeitos já identificados. A Polícia Civil trabalha para identificar outros possíveis envolvidos e interromper os contatos com a vítima.
A polícia ainda alerta sobre o chamado "golpe dos nudes", que continua fazendo vítimas. A corporação orienta a população a verificar a identidade de quem faz contato pela internet e a nunca enviar dinheiro sem confirmar a procedência da solicitação. "Em casos de ameaça ou extorsão, é fundamental registrar ocorrência e não ceder às chantagens", reforçou o delegado.
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