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Morto aos 84, Dick Cheney foi o principal arquiteto da invasão dos EUA ao Iraque

Conhecido por seu papel como vice-presidente no governo de George W. Bush, Cheney também foi deputado e votou contra a libertação de Nelson Mandela

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Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA
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Morto aos 84 anos em decorrência de complicações de pneumonia e problemas cardíacos e vasculares, Dick Cheney ficou conhecido como um dos vice-presidentes mais poderosos da história dos Estados Unidos.

No poder entre 2001 e 2009, ao lado do então presidente George W.Bush, Cheney trabalhou pela ampliação dos poderes da Presidência, acreditando que eles vinham sendo enfraquecidos desde o escândalo de Watergate, que levou Richard Nixon a renunciar em 1974.

Ele também expandiu a influência do cargo de vice-presidente ao montar uma equipe de segurança nacional que, muitas vezes, funcionava como um centro de poder próprio dentro do governo.

'Guerra ao terror'

Cheney foi um dos principais arquitetos da 'guerra ao terror' de Bush que culminou na invasão do Iraque em 2003 e esteve entre os mais enfáticos membros do governo Bush ao alertar sobre o perigo do suposto arsenal de armas de destruição em massa do país.

Cheney chegou a prever que as forças americanas seriam “recebidas como libertadoras” no Iraque e que a operação militar seria “relativamente rápida... semanas em vez de meses”. A realidade não poderia ter sido diferente, a operação durou uma década e deixou um legado de instabilidade política e violência no país, com o ressurgimento de grupos como o Estado Islâmico.

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Embora nenhuma arma de destruição em massa tenha sido encontrada, Cheney manteve, anos depois, que a invasão foi a decisão correta com base nas informações disponíveis na época e na remoção de Saddam Hussein do poder.

O primeiro republicano da família

Richard Bruce Cheney nasceu em Lincoln, Nebraska, em 30 de janeiro de 1941, no mesmo dia em que o presidente Franklin Roosevelt completava 59 anos. Sua mãe, Marjorie Lorraine, era garçonete e jogadora de softball; seu pai, Richard Herbert Cheney, trabalhava no Serviço de Conservação do Solo.

Ambos os lados da família eram democratas fervorosos do New Deal — conjunto de programas econômicos e sociais de Roosevelt —, como Cheney escreveu em seu livro In My Time: A Personal and Political Memoir (2011).

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O avô de Cheney chegou a sugerir que os pais enviassem um telegrama à Casa Branca para avisar Roosevelt de que compartilhavam o mesmo aniversário. Segundo Cheney, ele “foi provavelmente o primeiro republicano da família desde o bisavô que lutou na Guerra Civil pelo lado da União”.

Voto contra a libertação de Nelson Mandela

Durante os dez anos em que foi o único deputado de Wyoming, onde se mudou ainda jovem com a família, Cheney teve um histórico fortemente conservador, votando consistentemente contra o direito ao aborto, contra o controle de armas e contra medidas de financiamento à educação e ao meio ambiente. Também votou contra a libertação do líder sul-africano Nelson Mandela.

“Obrigado a Satanás”

Em 2006, Cheney virou manchete ao ferir acidentalmente o amigo e advogado texano Harry Whittington durante uma caçada no Texas.

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A polêmica o acompanhou mesmo após deixar o governo Bush. Em 2018, o filme biográfico Vice — em que o ator Christian Bale engordou 18 kg e raspou a cabeça para imitá-lo — retratou Cheney de forma crítica. Ao receber o Globo de Ouro pelo papel, Bale ironizou: “Obrigado a Satanás por me inspirar em como interpretar esse papel.”

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