Morre Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, aos 84 anos
Político estadunidense morreu em decorrência de complicações de pneumonia e problemas cardíacos e vasculares

Caroline Vale
com informações da Reuters
Dick Cheney, o 46º vice-presidente dos Estados Unidos entre 2001 e 2009, morreu aos 84 anos na noite dessa segunda-feira (3). A morte foi em decorrência de complicações de pneumonia e problemas cardíacos e vasculares.
A família confirmou a morte em uma declaração divulgada nesta terça-feira (4). Ele foi casado com Lynne por 61 anos. Ela e suas filhas, Liz e Mary, e outros familiares estavam com Cheney no momento de seu falecimento.
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"Por décadas, Dick Cheney serviu à nossa nação, atuando como chefe de gabinete da Casa Branca, deputado pelo estado de Wyoming, secretário de Defesa e vice-presidente dos Estados Unidos", disse o comunicado.
O comunicado também homenageou o político: "Richard Bruce Cheney foi um homem bom e grandioso, que ensinou seus filhos e netos a amar nosso país e a viver com coragem, honra, amor, bondade e gosto pela pescaria. Somos imensamente gratos por tudo o que Dick Cheney fez por nosso país. E somos abençoados por termos amado e sido amados por este nobre gigante de um homem."
Cheney teve problemas cardíacos durante grande parte de sua vida, sofrendo o primeiro de uma série de ataques cardíacos aos 37 anos. Ele fez um transplante de coração em 2012.
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Quem foi Dick Cheney?
Dick Cheney está por trás da invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003, considerado por historiadores presidenciais como um dos vice-presidentes mais poderosos da história dos Estados Unidos.
O republicano, ex-congressista e ex-secretário de Defesa do Wyoming, já era uma figura importante em Washington quando o então governador do Texas, George W. Bush, o escolheu para ser seu companheiro de chapa na corrida presidencial de 2000. Bush acabou vencendo.
Como vice-presidente de 2001 a 2009, ele ampliou a influência do gabinete do vice-presidente para montar uma equipe de segurança nacional que, muitas vezes, atuava como um centro de poder próprio dentro do governo.
Cheney foi um forte defensor da invasão do Iraque em 2003 e esteve entre as autoridades mais francas do governo Bush, alertando sobre o perigo do suposto estoque de armas de destruição em massa do Iraque. Nenhuma dessas armas foi encontrada.

Ele entrou em conflito com vários assessores importantes de Bush e defendeu técnicas de interrogatório contra suspeitos de terrorismo, que incluíam afogamento e privação de sono. Autoridades, incluindo o Comitê Seleto de Inteligência do Senado dos EUA e o relator especial da ONU sobre combate ao terrorismo e direitos humanos, chamam essas técnicas de "tortura".
Sua filha Liz Cheney também se tornou uma legisladora republicana influente, atuou na Câmara dos Deputados, mas perdeu seu assento depois de se opor ao presidente republicano Donald Trump e votou pelo impeachment dele após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio. Seu pai disse que votou na candidatura da democrata Kamala Harris em 2024.
“Nos 248 anos de história de nossa nação, nunca houve um indivíduo que fosse uma ameaça maior à nossa República do que Donald Trump”, afirmou Cheney, que há muito tempo era um inimigo da esquerda.








