Região Sudeste bate temperaturas recordes pelo segundo dia consecutivo
Capitais como Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte enfrentaram calorão; meteorologistas explicam fenômenos por trás das altas temperaturas
Bruna Carvalho
Capitais do Sudeste registraram recordes de temperatura pelo segundo dia seguido. Uma delas foi o Rio de Janeiro, onde a sensação térmica levou multidões às praias, enquanto outros enfrentaram o calor intenso nas ruas e no trabalho. Ricardo Wilson, advogado, desabafou: "Lá no fórum tem ar [condicionado], mas aqui fora não tem jeito".
A alta nas temperaturas favorece alguns comerciantes locais, como Rafael Brito, que vende bebidas na praia, comemorou: "Teve até distribuidora com dificuldade para repor".
Vitória e Belo Horizonte também registraram as maiores temperaturas do ano nesta terça-feira (21), com 36,2°C e 34,4°C, respectivamente, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em Belo Horizonte, moradores relataram dificuldades para dormir.
A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, explicou que o aumento das temperaturas está relacionado à forte insolação nesta época do ano, com pouca nebulosidade e ventos frescos.
Outro fator importante é o chamado aquecimento adiabático, um fenômeno que ocorre quando os ventos levam o ar quente do interior em direção ao mar, aquecendo o ar 1ºC a cada 100 metros. Por exemplo, da cidade de São Paulo até Santos, na Baixada Santista, são quase 800 metros de descida. Então, se os termômetros na capital marcassem 30°C, com o fenômeno, Santos poderia beirar os 38°C.