SP: procedimento inédito começa a ser usado pelo Instituto do Coração
Método é aplicado em angioplastia para desobstruir artérias do coração e evitar o infarto
Gudryan Neufert
Um procedimento inédito começa a ser usado pelo Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, com a ajuda da inteligência artificial. Por enquanto, o método é aplicado em angioplastia para desobstruir artérias do coração e evitar o infarto.
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A aposentada Silvana Aparecida Carvalho, de 58 anos, é diabética e sentia muita dor no peito por causa de uma artéria do coração entupida. Nesta semana, foi para a sala de cirurgia para fazer uma angioplastia.
O procedimento é minimamente invasivo e, no caso dela, tem uma novidade: a ajuda dos algoritmos de um software importado dos Estados Unidos. O Incor -- que faz 2.500 angioplastias por ano -. É o primeiro hospital da América Latina a utilizar essa técnica.
"Uma tecnologia que nos permite examinar as artérias do coração com uma resolução milhares de vezes melhor, permite que nós acessemos os locais das obstruções com riqueza de detalhes muito maior, reduz o tempo do procedimento, mas adiciona qualidade e precisão nas obstruções das artérias do coração", disse Carlos Campos, cardiologista do Incor.
A técnica combina raio-x e a tomografia. O software une as duas imagens e proporciona uma terceira, idêntica a de um microscópio. Com a ajuda da inteligência artificial, o doutor Carlos consegue ver com muito mais precisão o local da obstrução na veia da Silvana.
Um cateter fino como um fio de cabelo leva o stent - balão que é acomodado nas paredes da artéria. Ele é inflado, abrindo caminho para o sangue passar. "O software já sugere para mim a localização desse stent e já identifica os pontos onde a artéria está mais obstruída", fala Carlos.
Para evitar que o problema retorne, a desobstrução precisa ser superior a 80%. No caso acompanhado pela reportagem, chegou a 88%. Antes, apenas com a ajuda do raio-x não havia a garantia desse percentual. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças do coração são a principal causa de morte no país. São 1.100 óbitos por dia, 46 por hora. Minutos após a cirurgia, com anestesia local, dona Silvana já se recuperava no quarto.
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