Suplementos alimentares: saiba quais são os riscos do uso sem orientação
Alerta da ONU expõe os problemas silenciosos da "ajuda" nutricional sem consultar especialistas

Beto Lima
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) emitiu um alerta nesta segunda-feira (5) sobre os riscos significativos do uso indiscriminado de suplementos alimentares, que podem causar até contaminação e toxicidade por overdose. Por isso, a agência da ONU defende uma regulação mais rigorosa para proteger a saúde pública.
A FAO enfatiza a necessidade de rótulos claros, com alertas como "este produto não é um medicamento", e a recomendação de não exceder a dose diária recomendada por especialistas. Além disso, propõe a proibição de alegações terapêuticas que prometem efeitos superiores aos dos alimentos tradicionais.
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A FAO lembra que compostos antioxidantes populares, como o resveratrol e a quercetina, podem interferir na ação de medicamentos importantes contra o câncer, anticoncepcionais, antidepressivos e antidiabéticos. A automedicação e a falta de acompanhamento de profissionais de saúde aumentam ainda mais esses riscos, levando consumidores a combinações perigosas sem sequer ter conhecimento.
Outro ponto crítico é a inconsistência na composição dos suplementos, que pode variar amplamente dependendo da planta, do método de extração e das condições de cultivo e armazenamento. Essa falta de padronização dificulta o controle de qualidade e a avaliação da segurança dos produtos.
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Regulamentação
O relatório da FAO também destaca a ausência de uma regulamentação uniforme em nível global, com substâncias como vitamina D e melatonina sendo classificadas e tendo limites diferentes em cada país.
O Brasil é mencionado como um dos que possuem regulamentação específica através da Anvisa. A agência brasileira define suplementos alimentares como produtos para consumo oral que complementam a dieta de pessoas saudáveis, podendo conter nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em diversas formas. A FAO recomenda que as autoridades alimentares mantenham um acompanhamento rigoroso do mercado e desenvolvam regulamentações atualizadas.