Pesquisadores do Ceará querem enviar pele de tilápia para ajudar feridos em Beirute
Material extraído do peixe é usado para tratamento de queimaduras, cicatrização de feridas, cirurgias ginecológicas e medicina regenerativa
Pesquisadores do Ceará querem enviar pele de tilápia para ajudar feridos em Beirute
SBT News
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Ao serem informados sobre a explosão que deixou mais de 150 mortos e cerca de 5 mil feridos na capital do Líbano, na última terça-feira (04), pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) começaram a se mobilizar para enviar um estoque de 40 mil centímetros quadrados de pele de tilápia ao país. O motivo é que, desde 2015, o material extraído do peixe vem se mostrando eficaz para tratar queimaduras em pacientes do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza.
No hospital da capital cearense, membros do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC desenvolvem o Projeto Pele de Tilápia há cinco anos. Eles aplicam o órgão do peixe não só em queimaduras, mas também para ajudar na cicatrização de feridas, cirurgias ginecológicas e medicina regenerativa. Agora, pensando na tragédia ocorrida na capital do Líbano, um dos coordenadores do NPDM, o professor Odorico de Moraes, pontua: "Temos as peles, produzimos, estão esterilizadas e queremos doar".
Ainda segundo o professor, porém, o gesto de solidariedade só será concretizado se as autoridades brasileiras resolverem os trâmites legais e burocráticos com o governo libanês. De todo modo, a expectativa do NPDM é produzir mais 2 mil peles de tilápia no início de 2021, o que representaria de 250 mil a 300 mil centímetros quadrados de curativos. Cada um destes tem de 8 a 10 centímetros de largura por 15 a 20 centímetros de comprimento.