Mini celulares ganham popularidade e preocupam autoridades por uso em crimes
Aparelhos de até 10 cm são vendidos livremente no país e usados por criminosos dentro e fora dos presídios
SBT Brasil
Os mini celulares estão cada vez mais populares no Brasil, mas o uso desses aparelhos tem gerado preocupação entre as autoridades. Com no máximo 10 centímetros de comprimento e pesando cerca de 20 gramas, esses dispositivos vêm sendo utilizados em crimes como fraudes em concursos públicos e no envio de equipamentos a presídios.
Comercializados por valores entre R$ 100 e R$ 250, os mini celulares são facilmente encontrados em centros comerciais populares em todo o país. Pequenos a ponto de serem presos à orelha, eles se assemelham a brinquedos, mas vêm sendo usados de forma criminosa.
Esses aparelhos não são reconhecidos oficialmente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Atualmente, estima-se que mais de 5 milhões de unidades irregulares estejam em operação no Brasil.
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De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os mini celulares são vendidos livremente em lojas físicas e pela internet. Por não passarem por regulamentação, são mais lucrativos para o mercado.
"São importados pelo Paraguai e depois eles entram no Brasil de forma irregular, tornando-se assim muito mais barato do que o celular que é vendido normalmente pelas empresas fabricantes, que evidentemente têm que recolher os tributos", explicou Humberto Barbato, presidente da Abinee.
A polícia identificou que os aparelhos estão sendo usados em crimes. Nesta semana, cinco homens foram presos em flagrante no Pará, suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudar concursos públicos. Eles usavam os mini celulares para repassar os gabaritos aos candidatos.
A situação também preocupa diretores de presídios. As 180 unidades prisionais do estado possuem scanners para barrar a entrada de celulares, mas criminosos têm arremessado os aparelhos por cima dos muros. Com a leveza dos mini celulares, o crime organizado passou a usar drones para entregar os dispositivos.
Segundo o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de São Paulo, os mini celulares chegam a ser comercializados dentro das prisões por altos valores.
"É um objeto de 20 gramas, cerca de 10 cm, e tem um valor imensurável na cadeia que pode chegar a valer 20 mil reais pelo crime organizado", afirmou Antônio Pereira Ramos, presidente do Sindipenal.
A Anatel informou que está realizando ações para combater o uso dos aparelhos irregulares.