Infância roubada: exploração sexual de crianças persiste nas noites de Manaus
No último episódio da série especial, equipe do SBT flagra meninas sendo exploradas nas ruas da capital amazonense
SBT Brasil
Nas madrugadas de Manaus, a infância ainda é moeda de troca. Crianças que perderam o direito de brincar para a exploração sexual, um crime que segue desafiando autoridades e destruindo futuros. A equipe do SBT percorreu as ruas do centro da capital do Amazonas e flagrou a presença de meninas menores de idade em pontos conhecidos pela prática do crime.
O que mais chama atenção é que esses locais ficam, na maioria das vezes, próximos a àreas controladas pelo tráfico de drogas. Uma conexão silenciosa, mas evidente, que expõe a vulnerabilidade dessas adolescentes e revela a atuação de criminosos que exploram tanto o corpo quanto a dignidade das vítimas.
"No Amazonas, nos últimos três anos, nós registramos, uma média de quase seis mil estupros de crianças e adolescentes, é uma realidade que precisa ser combatida", afirma a delegada Mayara Magna.
E não é um problema só dos centros urbanos. Nas comunidades ribeirinhas, a distância, a falta de estrutura e a dificuldade de acesso fazem com que muitos casos de exploração sexual demorem a ser descobertos e denunciados.
"Nós tivemos alguns casos que a própria família colocava as crianças no eixo da prostituição em troca de um dinheiro, de um alimento", diz Ivaneide Oliveira, coordenadora do abrigo Coração do Pai, que acolhe crianças vítimas desse tipo de crime.
Cerca de 57% das vítimas são meninas, mas o número de meninos explorados também cresce, especialmente em bairros mais pobres. De acordo com Hildo Almeida, do Conselho Tutelar, há denúncias diárias envolvendo violência sexual contra crianças e adolescentes. Ele ressalta que o crime não tem idade para acontecer.
Nos abrigos e casas de apoio, equipes multidisciplinares tentam reconstruir essas histórias. O atendimento às vítimas envolve polícia, saúde, conselho tutelar e o poder judiciário. "Nossa sociedade é responsável por eles", ressalta a delegada Mayara Magna.
A luta para acabar com os mais diversos tipos de violência contra crianças e adolescentes é diária. Denunciar é fundamental para quebrar o ciclo de violência e devolver às vítimas o lhes foi negado: o direito à infância.









