Polícia

Esquema chefiado por pai e filho que enviou mais de 700 brasileiros ilegalmente aos EUA é alvo da PF

Investigados cobravam até US$ 21 mil por pessoa; 227 menores de idade estão entre vítimas da organização criminosa

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"Coiotes" organizavam viagens para grupos inteiros, fornecendo transporte, passagens e hospedagem até a travessia para os Estados Unidos | Divulgação/Polícia Federal

Um esquema chefiado por pai e filho que enviou mais de 700 brasileiros, sendo 227 menores de idade, ilegalmente aos Estados Unidos é alvo da operação El Paso, da Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (28), em Minas Gerais.

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Agentes cumpriram um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão nos municípios mineiros de Ipatinga e Bugre. Investigação começou a partir de informações sobre pai e filho que enviavam brasileiros para a América Central, "facilitando a entrada ilegal nos EUA".

Contato com autoridades do México e empresa para quitar dívidas: entenda como esquema funcionava

A dupla cobrava entre US$ 15 mil e US$ 21 mil por pessoa (R$ 86 e R$ 120 mil, respectivamente), "aceitando veículos como pagamento, transferidos via procurações registradas em cartório para revenda". Na força-tarefa de hoje, a Justiça Federal determinou sequestro de bens móveis e imóveis de suspeitos, chegando a R$ 62.647.200,00.

Chefes do esquema, segundo a PF, chegaram a alugar um galpão para armazenar veículos recebidos, "em virtude da quantidade recebida". "Em seguida, estruturaram uma empresa para comercializar os bens, visando quitar a dívida pelos serviços ilegais prestados", detalha a corporação, em nota.

"Coiotes" organizavam viagens para grupos inteiros e garantiam transporte, passagens e hospedagem até a travessia para os EUA. Buscando reforçar eficácia do contrabando de migrantes, pai e filho mantinham contato com autoridades mexicanas "para evitar deportações e contratavam coiotes locais".

Vítimas — mais de 700 entre 2018 e 2024 — pagavam esses serviços com veículos, imóveis ou transferências bancárias usando contas de familiares. A PF também afirma que altos valores cobrados pela dupla "sustentavam o luxo dos investigados, que ostentavam carros, imóveis e viagens internacionais".

Alvos da operação podem responder por crimes de contrabando de migrantes e promoção ou auxílio no envio de crianças e adolescentes para o exterior em detrimento das formalidades legais.

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