Na ONU, Lula cobra cumprimento de ações contra mudanças climáticas em meio a incêndios no Brasil
Sobre queimadas, disse que "governo não terceiriza responsabilidades"; presidente fez discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez discurso de abertura da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24). Entre os pontos principais do pronunciamento, em Nova York (EUA), cobrou ações, principalmente dos países ricos, para combater mudanças climáticas. O chefe do Executivo ainda citou recentes tragédias no Brasil, como incêndios que tomaram conta do país nas últimas semanas e chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, entre abril e maio.
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"Estamos condenados à interdependência das mudanças climáticas. O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos que não são cumpridos. Está cansado de metas de redução de emissão e carbono negligenciadas e do auxílio financeiro ao países pobres que nunca chega", disse o presidente na ONU.
"Governo não terceiriza responsabilidades"
Ao comentar mudanças climáticas, Lula pontuou que o "negacionismo sucumbe" diante das evidências do aquecimento global. Além do caos climático no Brasil, ainda citou eventos extremos como tufões na Ásia, furacões no Caribe, seca e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa "que deixam um rastro de mortes e de destruição".
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"No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto. O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania. Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais. Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental", disse.
"Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado. Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030", acrescentou Lula.