Adolescentes brasileiros ganham ouro em Olimpíada Mundial de Projetos Científicos
Eles transformaram um acelerador de partículas em um equipamento para o tratamento de câncer mais eficiente que a radioterapia
Luciane Kohlmann
Dois adolescentes brasileiros ganharam a medalha de ouro na categoria ciências e matemática da Olimpíada Mundial de Projetos Científicos Inovadores, na Indonésia.
Eles transformaram um acelerador de partículas em um equipamento para o tratamento de câncer mais eficiente que a radioterapia, usado apenas em poucos países.
A paixão pela engenharia do João Pedro dos Santos Hartmann, de 16 anos, e pela medicina do Marco Antônio Conde, de 15 anos, uniu os jovens na pesquisa.
"A gente pesquisou sobre a função da aceleração de partículas dentro das máquinas, vimos que tinham um papel no tratamento do câncer, e como são matemática da ciência moderna, e como o câncer é uma das maiores causas de morte no mundo, a gente viu que seria uma boa causa social", afirma João Pedro.
Para visualizar o processo, os jovens construíram um protótipo que simula quando uma partícula de átomo - invisível a olho nu - é rompida e ganha velocidade. A tecnologia cria um feixe de partículas que pode ser aplicado em tumores. Um tratamento inovador, diferente da radioterapia, e que ainda não existe no Brasil.
A conclusão da pesquisa é que este método é mais preciso no tratamento contra o câncer, porque atinge apenas a região afetada. A terapia, que é pouco conhecida, reduz efeitos colaterais e o risco de atingir áreas saudáveis. No entanto, é mais eficaz nos estágios iniciais.
Os jovens estão encerrando o primeiro ano do ensino médio em um colégio de Porto Alegre.
"Isso traz a atenção ao desenvolvimento dessa tecnologia, que já é realidade nos países acima do Equador e nós temos amplas e plenas condições de executar no nosso país", afirma o médico Wilson Almeida Júnior.