OMS lança diretrizes sobre saúde mental no trabalho
Em junho, relatório mostrou que 15% dos adultos em idade laboral tiveram transtorno mental há três anos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta 4ª feira (28.set) diretrizes sobre saúde mental no trabalho e um resumo de política conjunto da entidade e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Além disso, assim como esta, pediu a adoção de ações concretas em prol da saúde mental dos trabalhadores ao redor do mundo.
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Nas diretrizes, estão a implementação de medidas para combater os riscos à saúde mental, entre os quais cargas pesadas de trabalho e comportamentos negativos; de treinamento de gestores para que consigam prevenir ambientes de trabalho estressantes e ajudar os trabalhadores em sofrimento; de formas melhores de atender às necessidades dos trabalhadores com problemas de saúde mental; de intervenções para apoiar o retorno do profissional ao trabalho; e de intervenções para facilitar a inserção de pessoas com problemas de saúde mental graves no trabalho remunerado. Elas pedem ainda a adoção de ações com o objetivo de proteger os trabalhadores de saúde, humanitários e de emergência.
Já o resumo de política conjunto, diz a OMS, explica as diretrizes "em termos de estratégias práticas para governos, empregadores e trabalhadores e suas organizações, nos setores público e privado". No último mês de junho, a entidade publicou seu Relatório Mundial de Saúde Mental. Segundo o documento, em 2019, 1 bilhão de pessoas tinham transtornos mentais e 15% dos adultos em idade laboral apresentaram transtorno mental. A entidade estima que, todos os anos, são perdidos 12 bilhões de dias de trabalho em decorrência de depressão e ansiedade; o custo para a economia é de quase US$ 1 trilhão (R$ 5,4 trilhões).
A OMS reforça que "o trabalho amplifica questões sociais que afetam negativamente a saúde mental, incluindo discriminação e desigualdade". "O bullying e a violência psicológica (também conhecidos como assédio moral) estão entre as principais queixas de assédio no local de trabalho, impactando negativamente na saúde mental. No entanto, falar sobre saúde mental ainda é um tabu nos ambientes de trabalho em todo o mundo".
Tedros Adhanom, diretor-geral da entidade, pontuou nesta 4ª feira que o bem-estar das pessoas é "razão suficiente" para todos refletirem sobre como o trabalho pode afetar negativamente a saúde mental, mas quando esta é precária, "pode ter um impacto debilitante sobre o desempenho e a produtividade de uma pessoa". Guy Ryder, diretor-geral da OIT, por sua vez, disse que "como as pessoas passam uma grande parte de suas vidas no trabalho, um ambiente de trabalho seguro e saudável é fundamental". "Precisamos investir para construir uma cultura de prevenção em torno da saúde mental no trabalho, reformulando o ambiente de trabalho para pôr fim ao estigma e a exclusão social e garantir que os funcionários com condições de saúde mental se sintam protegidos e apoiados", complementou.
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