Chile vai às urnas para votar nova Constituição
Manifestações de 2019 levaram população a decidir a favor da elaboração de um novo texto, que será votado neste domingo (4.set)
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Dois anos após a explosão social que tomou conta do Chile e levou a eleição de Gabriel Boric como presidente, a população do país se prepara para tomar uma importante decisão no domingo (4.set). Mais de 15 milhões de chilenos devem ir ás urnas para decidir se aprovam ou não a nova Constituição.
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Livrar-se do documento que data da ditadura militar chilena de 1973-1990 foi visto como uma forma de responder aos protestos liderados por estudantes que foram desencadeados por um aumento nos preços do transporte público, mas que rapidamente se expandiram para demandas mais amplas, como maior igualdade e mais proteção social.
Em 2020, quase 80% da população votou a favor de uma nova Constituição, mas o apoio a um novo texto caiu desde então. A maioria dos eleitores acreditam que a nova carta proposta será rejeitada em meio à frustração com o processo, perguntas sobre seu conteúdo, e o que os defensores dizem ser um aumento de notícias falsas que confundiram os cidadãos sobre o que realmente está no documento.
Alguns dos artigos mais controversos da proposta de constituição têm a ver com a população indígena do Chile, que representa quase 13% dos 19 milhões de habitantes do país.
A carta caracterizaria o Chile como um estado plurinacional, estabeleceria territórios autônomos e reconheceria um sistema de justiça paralelo nessas áreas, embora o alcance disso ainda tenha que ser decidido pelos legisladores.
O documento também consagra os direitos sexuais e reprodutivos, fazendo alusão ao aborto sem mencioná-lo em um país onde a interrupção da gravidez permanece ilegal, exceto por razões médicas ou em casos de estupro.
Também coloca o meio ambiente no centro das atenções em um país que é o maior produtor de cobre do mundo. E inclui artigos sobre direitos de acesso público à água.
O projeto de lei foi elaborado por uma Convenção Constitucional de 154 deputados democraticamente eleitos, dos quais 76% são de esquerda ou de centro.
O partido no poder do país é a favor da aprovação do texto de 388 artigos, enquanto a oposição de direita e centro-direita o rejeita.
* Com informações da Associated Press