Promotores pedem prisão de homem de 101 anos que atuou como guarda nazista
Josef S. trabalhou no campo de concentração Sachsenhausen, onde 3.518 prisioneiros foram mortos
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Promotores do estado de Brandemburgo, na Alemanha, estão pedindo a prisão de um idoso de 101 anos que atuou como guarda de um campo de concentração durante o regime nazista. Identificado como Josef S., o homem é a pessoa mais velha a ser acusada de cumplicidade em crimes de guerra durante o Holocausto.
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O julgamento de Josef foi iniciado no fim do ano passado e ele é acusado de "cumplicidade na morte" de 3.518 prisioneiros no campo de Sachsenhausen, perto de Berlim, onde atuou de 1941 até 1945. Para as autoridades, o homem participou "conscientemente e voluntariamente" do assassinato de judeus, ciganos, homossexuais e opositores do governo.
Apesar das comprovações, o idoso declarou-se inocente, afirmando que não fez "absolutamente nada" no campo de concentração e que não tinha conhecimento dos vastos crimes que ocorreriam no local.
"Você aceitou a desumanização das vítimas e aguentou isso. Não acredito nessa história de 'não sabíamos de nada'", disse o promotor Cyrill Klement ao acusado. Segundo ele, as alegações contra o idoso incluem a participação na "execução por fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos" e a implantação do "gás venenoso Zyklon B" nas câmaras de gás de Sachsenhausen.
Após a nova audiência, os promotores disseram prever um veredicto no início do próximo mês. Se condenado, no entanto, é improvável que Josef seja preso devido à idade avançada.
Nos últimos 10 anos, a Alemanha julgou e condenou quatro ex-membros das SS - organização paramilitar ligada ao Partido Nazista -, ao ampliar para os guardas dos campos e para outros executores das ordens nazistas a acusação de cumplicidade por assassinato. O objetivo é demonstrar a severidade da justiça, considerada, no entanto, tardia pelas vítimas.
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Além do caso de 2011 contra John Demjanjuk, os promotores alemães também levaram a julgamento Oskar Gröning, o "contador em Auschwitz", e Reinhold Hanning, guarda da SS em Auschwitz. Gröning e Hanning tinham mais de 89 anos quando condenados, mas morreram sem cumprirem suas penas.