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O que está em jogo no conflito entre Rússia e Ucrânia? Entenda

EUA dizem que responderão de forma "severa" se uma invasão russa ao território ucraniano acontecer

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Militares conduzem tanque de guerra russo (Dmitry Terekhov/Flickr)
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Com o anúncio feito pela Rússia de que o país reconhecerá a independência de regiões separatistas da Ucrânia e que enviará tropas em "missão de paz" aos locais, a crise com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mantém sua escalada e cidadãos de várias partes do mundo continuam refletindo, preocupados, sobre o que cada agente deseja e quais as consequências de uma invasão russa ao território ucraniano. As respostas são simples, mas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estão longe de significar uma crise de intensidade igual.

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Pelo contrário: segundo declaração feita na 6ª feira (18.fev) pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, ela é mais complexa e com mais ameaças que nos tempos da Guerra Fria. Os Estados Unidos, que vêm tendo uma postura mais agressiva em comparação com a do Reino Unido, França e Alemanha na resolução do problema com a Rússia, enviam tanques e aviões de guerra para a Europa. Já o número de militares russos na fronteira com a Ucrânia podem chegar a 190 mil, contra 100 mil do fim de fevereiro. Seria a maior concentração de militares desde a Segunda Guerra Mundial.

Rússia e Ucrânia nunca tiveram relações amistosas. Apesar da cultura e povos de mesmas origens, ambos os países vêm travando um conflito desde a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O território ucraniano pertenceu à URSS, e a aproximação da nação ao Ocidente, sobretudo à Otan -- aliança militar criada após o fim da Segunda Guerra com o objetivo de atuar contra o expansionismo da União Soviética -- é o que está desagradando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e motivando a crise nos últimos meses. A Ucrânia não abre mão de fazer parte da Otan, o que os russos consideram uma declaração de guerra.

Outro motivo da atual crise é uma tentativa da Rússia de recuperar o papel de protagonista internacional com a área que entende influenciar, ou seja, a das antigas repúblicas soviéticas. Fatores econômicos, como a presença da "terra negra", ideal para a agricultura, petróleo e gás natural, principais produtos exportados pelos russos, também despertaram o interesse do Kremlin em relação ao território.

Não é de hoje que separatistas na Ucrânia têm apoio da Rússia. Desde 2014, a região de Donbass é dominada por milícias que receberam armas e apoio logístico de Moscou. Nos últimos meses, mais de 700 mil pessoas na região ganharam a cidadania russa. Especialistas consultados pelo SBT News questionam fala do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que a Ucrânia teria condições de se defender dos ataques russos, devido ao tamanho do contingente destes e do arsenal. A expectativa é que, em um eventual invasão, o país precise de ajuda do Otan, da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos. A organização conta com este e mais 27 integrantes, entre os quais Alemanha, Reino Unido, Holanda e Canadá.

O presidente americano, Joe Biden afirmou que se a Rússia realizar uma nova invasão da Ucrânia, os EUA "responderão de forma decisiva e imporão custos rápidos e severos à Rússia". Ele colocou em xeque ainda o futuro do gasoduto de 1.230 km que transportará gás natural russo sob o Mar Báltico para a Alemanha. Em tom mais moderado, o chanceler alemão, Olaf Scholz, não confirmou a informação; somente reafirmou a aliança com os americanos.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, por sua vez, prometeu resposta "rápida, severa e unida" se uma invasão acontecer. Ainda de acordo com ela, os EUA imporiam "sanções financeiras de longo alcance e controles de exportação". "Atingiremos as instituições financeiras e indústrias-chave da Rússia. E alvejaremos aqueles que são cúmplices e aqueles que ajudam e incentivam essa invasão não provocada", completou.

Por outro lado, o ditador de Belarus, Alexander Lukashenko, ofereceu seu país para guardar armas nucleares da Rússia e afirmou que as tropas russas podem ficar por tempo indeterminado. Em Belarus os russos começaram neste mês a fazer exercícios militares - o maior deslocamento de tropas russas para um país aliado de Moscou desde o fim da URSS.

Na economia, a crise com a Ucrânia e a Otan provocou queda no mercado financeiro e fez com que o preço do barril de petróleo subisse consideravelmente. Uma invasão russa ao território ucraniano poderia provocar ainda uma crise de refugiados. Um dos pilares da UE -- a preservação da paz -- seria confrontado.

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