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Talibã diz ter assumido controle total do Afeganistão

Em Cabul, mulheres foram para a rua protestar novamente por direitos iguais e contra a opressão

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Talibã diz ter assumido controle total do Afeganistão
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O Talibã deve anunciar oficialmente, em breve, os nomes das lideranças políticas que formarão o novo governo do Afeganistão. Depois de um intenso confronto armado, o grupo extremista diz ter assumido o controle da única região do país que ainda resistia ao novo regime, o Vale do Panjshir.

Integrantes do Talibã admitiram, porém, que houve mortes dos dois lados, informação ainda não confirmada pelos guerrilheiros supostamente derrotados. Já na capital afegã, Cabul, as mulheres foram para a rua protestar novamente. Desta vez, em maior número. O grito de todas: "Direitos iguais, estamos juntos, abaixo à opressão". No cartaz que carregavam, o texto: "Uma sociedade sem mulheres ativas é uma sociedade morta".

"Nos últimos 20 anos, assumimos papéis em todas as áreas, de igual para igual, com os homens. Não podemos ser negligenciadas. Pedimos, não só ao governo do Emirado Islâmico do Afeganistão, mas à comunidade internacional, especialmente mulheres dos outros países, que nos apoiem", disse uma afegã. No aeroporto de Cabul, um avião carregado com 60 toneladas de alimentos e remédios vindos dos Emirados Árabes finalmente pousou nesta 6ª feira (3.set). Ainda é muito pouco para um país onde mais da metade da população precisa de ajuda humanitária, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o risco agora é de agravamento da crise humanitária. "Não temos notado um grande fluxo de refugiados que saem pelo Paquistão ou Irã. O que tem acontecido é um fluxo interno, com cerca de 66 mil pessoas fora de suas casas, indo para outras cidades dentro do Afeganistão", afirmou o porta-voz da comissão de refugiados das Nações Unidas.

Na cidade de Chaman, no Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, paquistaneses relatam que o Talibã não tem permitido que afegãos cruzem a região a pé ou de carro. "Apenas que tem documentos paquistaneses podem cruzar. Eles estão negando entrada de mulheres e crianças afegãs", disse Abid Khan.

Nos Estados Unidos, o secretário de estado, Antony Blinken, pontuou que o país está em contato permanente com os americanos que ainda estão no Afeganistão e querem partir. Segundo Blinken, para cada um deles, foi designado um grupo de trabalho para ajudar na saída tanto desse americano quanto dos seus dependentes. O secretário disse ainda que os Estados Unidos aprenderão com tudo o que aconteceu durante o processo de retirada de civis e militares no país asiático.

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