Mundo
Uma Washington diferente para a posse de Joe Biden e Kamala Harris
Contingente de militares na capital americana supera em cinco vezes as tropas enviadas ao Afeganistão e Iraque
Patrícia Vasconcellos
• Atualizado em
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Washington DC - Na chegada da estação de trem Union Station uma imagem que é o retrato do momento vivido pelos americanos. No quiosque onde balas, chocolates e souvenirs são vendidos, um militar paga a conta e uma prateleira a frente exibe camisetas com os dizeres "Keep America Great" (mantenha a América ótima) são vendidas com o anúncio de 50% de desconto. Ao lado, canecas, camisetas e bottons estampados com os rostos de Joe Biden e Kamalla Harris. Quem sai da Union Station vê de cara a sede do poder legislativo americano. A cúpula branca do Capitólio dá as boas vindas aos que chegam só que esta semana algo mais faz parte da paisagem. Os militares da Guarda Nacional americana estão por todos os lados. São 25 mil homens e mulheres espalhados por Washington DC, um contingente cinco vezes maior que as tropas enviadas ao Afeganistão e Iraque juntas segundo dados do Departamento de Defesa. "De onde vocês são?" pergunta o militar à repórter. Ao saber que a reportagem é para o público brasileiro ele conversa, em tom informal, afirmando que veio da Pensilvânia assim como os soldados ao lado, integrantes das tropas de desembarcaram de diferentes locais e protegem as ruas da capital americana há doze dias.
Barreira militar com homens da Pensilvânia enviados à Washington DC. Foto: Patrícia Vasconcellos
Para a posse do dia 20 de janeiro, o comitê que organiza o evento avisou que apenas um número restrito de convidados estará presente em frente ao Capitólio. Serão mil - um convite foi entregue a cada congressista que terá o direito de levar um convidado. Em anos normais são 200 mil convites distribuídos. O novo presidente americano, de 78 anos, informou que não usará máscara para o juramento. Quem estiver no palco, com ele, terá que passar por um exame de detecção da Covid19 e o resultado deverá ser entregue com antecedência. Na Avenida Pensilvânia, que liga o Capitólio à Casa Branca, as bandeiras já estão posicionadas e o evento ali no dia 20 também será inédito. Biden vai fazer o trajeto em um desfile que será transmitido virtualmente. Nos passeios, já protegidos com grades, apenas pessoas autorizadas pelo governo e pelo Serviço Secreto poderão ter acesso na quarta-feira. Todos serão posicionados respeitando o distanciamento social necessário para prevenir o contágio com o novo coronavirus. A orientação dada pelos governos locais é para que os americanos acompanhem tudo de casa, pela tevê, celular ou computador.
Camisetas com o slogan de Trump "Keep America Great" com anúncio de desconto na estação de trem Union Station em Washington DC. Foto: Yves Goulart
"É de partir o coração ver a cidade assim, interditada, especialmente para os residentes locais. Deveria ser um momento de celebração mas a cidade é forte e assim permaneceremos, firmes" diz Zak Sawyer, morador da capital dos Estados Unidos. Ele afirma que, se a mesma proteção tivesse acontecido há algumas semanas o Capitólio não teria sido invadido. Ele e o namorado Brian Shaw caminhavam em uma rua onde as barreiras militares estão posicionadas em cada cruzamento. Brian disse que a mensagem para o mundo de tudo o que está acontecendo é que os americanos são resilientes. Para a semana da posse de Joe Biden e Kamalla Harris, a polícia dividiu Washington em uma área verde e outra vermelha, mais próxima aos edifícios que sediarão o evento da próxima quarta-feira, dia 20. Para entrar no perímetro interditado e com maior segurança, é preciso passar por bloqueios. Os militares param os carros, olham o interior e questionam ao motorista e passageiros quem são e para onde vão. Será assim ao menos até 21 de janeiro, primeiro dia do governo democrata.
O casal Zak Sawyer e Brian Shaw, moradores de Washington DC. Foto: Patrícia Vasconcellos
Em frente a uma das barreiras militares, uma imagem também chamou a atenção. Moradores de rua estão morando em barracas montadas em uma praça que fica a cinco quarteirões da Casa Branca. Questionados de onde são, dois jovens afirmaram que vieram de Porto Rico e que a situação econômica pioriou nos últimos meses. Monte Burroughs e sua filha de 14 anos foram até lá levar sanduiches comprados em uma loja de fast food. "Não espero nada de nenhum governo. Acho que nós, cidadãos, devemos agir e ajudar o próximo" disse Monte Burroughs depois de entregar os alimentos. Ele vai acompanhar a cerimônia de Biden e Kamalla Harris de casa e afirma que espera que o clima de tensão nas ruas melhore nos próximos dias.
Monte Burrougs e sua filha após a entrega de alimentos aos moradores de rua acampados na praça a cinco quarteirões da Casa Branca. Foto: Patrícia Vasconcellos
Barreira militar com homens da Pensilvânia enviados à Washington DC. Foto: Patrícia Vasconcellos
Para a posse do dia 20 de janeiro, o comitê que organiza o evento avisou que apenas um número restrito de convidados estará presente em frente ao Capitólio. Serão mil - um convite foi entregue a cada congressista que terá o direito de levar um convidado. Em anos normais são 200 mil convites distribuídos. O novo presidente americano, de 78 anos, informou que não usará máscara para o juramento. Quem estiver no palco, com ele, terá que passar por um exame de detecção da Covid19 e o resultado deverá ser entregue com antecedência. Na Avenida Pensilvânia, que liga o Capitólio à Casa Branca, as bandeiras já estão posicionadas e o evento ali no dia 20 também será inédito. Biden vai fazer o trajeto em um desfile que será transmitido virtualmente. Nos passeios, já protegidos com grades, apenas pessoas autorizadas pelo governo e pelo Serviço Secreto poderão ter acesso na quarta-feira. Todos serão posicionados respeitando o distanciamento social necessário para prevenir o contágio com o novo coronavirus. A orientação dada pelos governos locais é para que os americanos acompanhem tudo de casa, pela tevê, celular ou computador.
Camisetas com o slogan de Trump "Keep America Great" com anúncio de desconto na estação de trem Union Station em Washington DC. Foto: Yves Goulart
"É de partir o coração ver a cidade assim, interditada, especialmente para os residentes locais. Deveria ser um momento de celebração mas a cidade é forte e assim permaneceremos, firmes" diz Zak Sawyer, morador da capital dos Estados Unidos. Ele afirma que, se a mesma proteção tivesse acontecido há algumas semanas o Capitólio não teria sido invadido. Ele e o namorado Brian Shaw caminhavam em uma rua onde as barreiras militares estão posicionadas em cada cruzamento. Brian disse que a mensagem para o mundo de tudo o que está acontecendo é que os americanos são resilientes. Para a semana da posse de Joe Biden e Kamalla Harris, a polícia dividiu Washington em uma área verde e outra vermelha, mais próxima aos edifícios que sediarão o evento da próxima quarta-feira, dia 20. Para entrar no perímetro interditado e com maior segurança, é preciso passar por bloqueios. Os militares param os carros, olham o interior e questionam ao motorista e passageiros quem são e para onde vão. Será assim ao menos até 21 de janeiro, primeiro dia do governo democrata.
O casal Zak Sawyer e Brian Shaw, moradores de Washington DC. Foto: Patrícia Vasconcellos
Em frente a uma das barreiras militares, uma imagem também chamou a atenção. Moradores de rua estão morando em barracas montadas em uma praça que fica a cinco quarteirões da Casa Branca. Questionados de onde são, dois jovens afirmaram que vieram de Porto Rico e que a situação econômica pioriou nos últimos meses. Monte Burroughs e sua filha de 14 anos foram até lá levar sanduiches comprados em uma loja de fast food. "Não espero nada de nenhum governo. Acho que nós, cidadãos, devemos agir e ajudar o próximo" disse Monte Burroughs depois de entregar os alimentos. Ele vai acompanhar a cerimônia de Biden e Kamalla Harris de casa e afirma que espera que o clima de tensão nas ruas melhore nos próximos dias.
Monte Burrougs e sua filha após a entrega de alimentos aos moradores de rua acampados na praça a cinco quarteirões da Casa Branca. Foto: Patrícia Vasconcellos
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