Destino de bilhões de reais dos acordos da Lava Jato na mira do CNJ
Corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, mandou investigar atos de Moro, Gabriela Hardt e desembargadores do TRF-4
O corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, determinou abertura de apuração sobre as condutas de juízes e desembargadores que atuaram na Operação Lava Jato, no Paraná, entre eles, o atual senador Sérgio Moro (União-PR), e a destinação dada a bilhões de reais obtidos com os acordos de delação premiada e leniência.
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A abertura determinada pelo ministro Salomão decorre de relatório parcial de auditoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) - a segunda instância da Lava Jato.
Além de Moro, a juíza federal substituta Gabriela Hardt, os desembargadores do TRF-4 João Pedro Gebran e Marcelo Malucelli são investigados.
O levantamento da corregedoria citou falta de transparência e gestão caótica dos valores levantados nos acordos e colocou sob suspeita ainda tratativas para a destinação dos recursos para a Petrobrás.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, havia divulgado no iníciol da semana que a Policia Federal deveria analisar "possíveis crimes" na destinação de recursos usados pela Lava Jato, a partir de informe enviado por Salomão.
Moro se pronunciou em redes sociais sobre o relatório parcial da corregedoria do CNJ, que havia indicado "gestão caótica nos recursos". Segundo ele, os problemas "não tem base em fatos".
"Observo que o relatório que sugere "possíveis irregularidades" é mera opinião preliminar da Corregedoria do CNJ sem base em fatos. Chama a atenção a opinião da corregedoria de que os valores depositados em juízo não deveriam ser devolvidos à Petrobras antes do trânsito em julgado", escreveu Moro, na nota. Lembrou que o procedimento usado na Lava Jato em Curtitiba foi o mesmo usado nos acordos de colaboração e leniência homologados no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Os acordos homologados em Curitiba seguiram o padrão dos acordos homologados no STF", afirmou Moro.
"Respeita-se o CNJ, mas lamenta-se que, após 60 dias de correição, nada concreto, salvo divergências de opinião e especulações sem base tenham sido produzidas."
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