Parlamento russo ameaça confiscar bens de moradores que deixaram país
Presidente da Casa condenou cidadãos que difamam imagem de Moscou ao criticarem guerra na Ucrânia
Camila Stucaluc
O presidente do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, ameaçou confiscar os bens dos cidadãos que deixaram o país. Em publicação nesta 6ª feira (13.jan), o político defendeu que seria correto acrescentar a medida no Código Penal para punir aqueles que "difamam publicamente" a imagem de Moscou em outras nações.
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"Alguns dos nossos cidadãos consideram possível insultar a Rússia, os seus residentes, soldados e oficiais, apoiar abertamente vilões, nazis e assassinos. Seu objetivo é claro: obter favores e tentar preservar seu bem-estar no exterior, onde vivem confortavelmente", afirmou Volodin, referindo-se aos russos que criticam a invasão na Ucrânia.
O político defendeu que as declarações contra o país podem ser consideradas crimes de "apelo ao extremismo, de reabilitação do nazismo ou de desacreditação das Forças Armadas". A divulgação de informações consideradas falsas por Moscou sobre a chamada "operação especial na Ucrânia" também pode resultar em até 15 anos de prisão.
"Os que partiram vivem confortavelmente graças ao nosso país. No exterior, eles alugam imóveis e continuam recebendo taxas às custas dos cidadãos russos. Ao mesmo tempo, eles derramam lama publicamente sobre a Rússia, insultando nossos soldados e oficiais. Sentem impunidade, acreditando que a justiça não os alcançará", disse Volodin.
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A invasão na Ucrânia causou a fuga de milhões de russos, uma vez que o governo aumentou a restrição contra discursos e manifestações. O ápice de saídas, no entanto, foi após o anúncio de mobilização militar parcial, fazendo com que mais de 10 mil homens cruzassem a fronteira para não serem recrutados para a guerra.