Covid-19: média de enterros em Manaus cresce 80% nos últimos 15 dias
David Almeida, prefeito da cidade, disse que 22 mil covas serão construídas "para que as famílias possam ter os entes queridos sepultados de forma digna"
Ilustração gráfica de um novo coronavírus
SBT Brasil
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A média de enterros em Manaus, capital do Amazonas, aumentou 80% nos últimos 15 dias. O índice antes da pandemia era de 33 sepultamentos diários. No entanto, na terça-feira (5), foram registrados 91.
Como resposta, o prefeito da cidade, David Almeida (Avante), disse que vai ampliar o número de gavetas nos cemitérios. "Vamos construir, de forma rápida, mais 6 mil covas de um total de 22 mil. Estamos contratando [uma empresa] para que, de forma emergencial, possamos garantir que as famílias possam ter os entes queridos sepultados de forma digna", disse ele.
Segundo especialistas, um conjunto de fatores pode explicar o motivo de Manaus voltar a viver um período de caos pela Covid-19, com hospitais e cemitérios lotados. Para Jesem Orellana, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a negligência das autoridades sanitárias é um deles.
"A principal causa é a baixa adesão da população às medidas de distanciamento físico. Olhando para o lado da gestão, a falta de diagnóstico precoce e isolamento dos sintomáticos respiratórios [é um motivo]", explicou Orellana.
Na última quarta (6), o governador Wilson Lima (PSC) participou de uma reunião em Brasília com Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, que deve ir a Manaus na próxima segunda-feira (11).
"Vamos discutir o plano de imunização do Amazonas, levando em consideração que o estado, talvez, seja o mais complexo no que diz respeito à logística. Sobretudo, para fazer com que a vacinação chegue aos indígenas", informou Lima.