MEC recua e retoma exame de alfabetização de crianças no ensino fundamental
Para economizar, a avaliação será feita com estudantes do 2º ano do ensino fundamental e somente por amostragem e não com todos os alunos

SBT News
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta quinta-feira (02) que o MEC voltará a avaliar a alfabetização de alunos do ensino fundamental. Segundo ele, os testes do SAEB, o Sistema de Avaliação da Educação, serão aplicados em escolas públicas e privadas entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro.
A avaliação havia sido cancelada pela gestão anterior, a do ex-ministro Ricardo Vélez. Contudo, após fortes críticas, tanto de políticos quanto da sociedade, o Governo Bolsonaro, novamente, recuou em uma de suas decisões.
A restituição do exame vem, contudo, acompanhada de algumas alterações. Desta vez, serão avaliados alunos do segundo ano do ensino fundamental e não do terceiro ano, isto é, participarão da prova crianças de 7 anos, não mais de 8 anos. Os estudantes do quinto ao oitavo ano farão provas de Língua Portuguesa e Matemática; já os do nono, além destas disciplinas, também responderão a questões de ciências da natureza e de ciências humanas, o que também é novidade.
Além disso, na alfabetização, crianças do segundo ano do ensino fundamental irão fazer um ditado para atestar a sua capacidade de ler e escrever. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, os alunos devem estar alfabetizados até o final do segundo ano.
Porém, a principal mudança na avaliação será o modo de aplicação: a partir deste ano, o teste será feito por amostragem, ou seja, nem todos os estudantes irão fazer o exame. Segundo o ministro da Educação, a mudança se deve a motivos financeiros da pasta.
"Primeira vez. Fazer o teste, piloto, vê se funciona, corrige. Eu acho até salutar. Você faz um piloto por amostragem, vê se tem algum problema antes de fazer universal. Se bem que pelo custo, eu faria universal de primeira, se eu pudesse. A gente vai fazer um exame para 7 milhões de crianças, a um custo de 500 mil reais. É importante falar. A postura nossa é sempre dizer para o pagador de imposto, para sociedade, aonde está sendo alocado o imposto que está sendo recolhido deles", explicou Weintraub.
O ministro, porém, se equivocou quanto ao valor da avaliação. Na verdade, o custo do SAEB é mil vezes maior do que o anunciado: 500 milhões de reais.
Segundo o INEP, órgão responsável pelas provas, o valor de 500 mil foi "incorretamente" apresentado a Abraham Weintraub por inconsistência na planilha de custos elaborada pelo instituto.
O ministro não quis responder perguntas a respeito do corte de 30% no orçamento das universidades federais. Coube, então, ao Secretário de Ensino Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, dar um parecer.
"Tem uma relação proporcional com o contingenciamento dos 5,8 bilhões como um todo. É bom deixar claro que isso é um tratamento preventivo que nós estamos fazendo. A gente não quer que se comece uma obra e depois paralise", declarou o secretário.